O filme salva a franquia da pecha de caça-níquel com um terceiro longa que entretém, mas não traz nada de muito novo
Stella Rodrigues Publicado em 25/05/2012, às 10h48 - Atualizado em 28/05/2012, às 09h54
As trilogias do cinema, em geral, tendem a sofrer de duas sinas. É comum que, depois do sucesso de dois filmes, elas tenham um terceiro filme pró-forma, apenas para fazer jus ao nome – e aí, um clássico absoluto como O Poderoso Chefão, por exemplo, termina sua saga com um longa cujo aspecto mais lembrado pelos fãs é a péssima atuação da filha do diretor, Sofia Coppola. E tem aquelas que começam fazendo muito sucesso, abusam da picaretagem no segundo filme (na pressa de ter um segundo filme e seguir a trilha de dinheiro deixada pelo antecessor), cabendo ao terceiro longa definir qual vai ser o legado da franquia.
MIB pertence ao segundo grupo. O diretor Barry Sonnenfeld deu aos protecionistas Estados Unidos um novo conceito de “estrangeiros ilegais” com os quais o governo deveria lidar, em 1997, em um filme divertidíssimo e diferente do que estava sendo feito na ficção. O nome da franquia ficou manchado, em 2002, com um longa que até o protagonista Will Smith, o Agente J, admitiu ser fraco. Dez anos depois, ninguém colocava muita fé em MIB³ - Homens de Preto 3, que chega aos cinemas brasileiros nesta sexta, 25, em 3D e 2D. Mas Sonnenfeld conseguiu recuperar o charme e o humor deixados em 1997 nessa nova produção.
A trama é de volta ao passado, um nicho que, quando bem feito, costuma dar muito certo. Usando de todos os truques guardados na manga de um filme que conta a história pregressa dos personagens – os bons e os bem piegas e previsíveis – o diretor leva o J de hoje a 1969 para salvar seu parceiro K, que foi morto naquele ano (e, assim, apagado da atualidade para todos, menos J) por um extraterrestre, o vilão Boris, o Animal (Jemaine Clement). A grande graça do filme está na atuação de Josh Brolin, que faz muito bem papel do jovem K. A expressão facial com os lábios em linha reta de Tommy Lee Jones (o K sênior), aquela bem específica que ele usa para (não) expressar qualquer emoção, foi captada e reproduzida fielmente por Brolin.
O retorno no tempo ainda se propõe e explicar a formação dos agentes, contando os fatos do passado de cada um que transformaram os dois homens no que são hoje. O colorido de 1969 vem especialmente mais nítido nas piadas com as festas de artistas organizadas por Andy Warhol e a corrida espacial, com direito a uma deliciosa ironia em que, enquanto os Estados Unidos tentam lançar seu foguete na Flórida, há dois agentes do governo correndo para lá e para cá tentando combater um ET inimigo de nome tipicamente soviético.
O blockbuster acerta ao propositalmente parecer desatualizado tecnologicamente, criando alienígenas retrô. Com a temática de volta no tempo, Sonnenfeld aproveitou para desenhar alguns extraterrestres com aquela aparência risível da década de 60. Mas em geral, MIB³ - Homens de Preto 3 não traz nada de novo, nem as piadas são tão frescas assim. É entretenimento puro e previsível, mas do bom.
Alfa Anderson, vocalista principal do Chic, morre aos 78 anos
Blake Lively se pronuncia sobre acusação de assédio contra Justin Baldoni
Luigi Mangione enfrenta acusações federais de assassinato e perseguição
Prince e The Clash receberão o Grammy pelo conjunto da obra na edição de 2025
Música de Robbie Williams é desqualificada do Oscar por supostas semelhanças com outras canções
Detonautas divulga agenda de shows de 2025; veja