A premiação acontecerá no dia 25 de abril em Los Angeles
Julia Harumi Morita Publicado em 07/04/2021, às 09h12
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou que os artistas indicados poderão comparecer na 93ª cerimônia presencialmente como "trabalhadores essenciais", de acordo com informações da Variety reproduzidas pela NME.
A decisão foi tomada após a Academia ser criticada por proibir aparições via Zoom e, em seguida, permitir a participação remota dos indicados na premiação, a qual acontecerá no dia 25 de abril.
A possibilidade surgiu conforme a produção decidiu tratar a premiação como um set de filmagens, em que a equipe pode ser testada para trabalhar pessoalmente.
“Os envolvidos na produção do Oscar, como os indicados e os convidados deles, se qualificam para a isenção de trabalho essencial e, portanto, têm permissão para viajar para centro de testes, ensaios e atividades organizadas pela Academia durante o período que antecede a produção do Oscar, incluindo, é claro, a premiação.”
Os artistas devem fazer uma inscrição para a cerimônia presencial até o dia 8 de abril, a qual será revisada até o dia 12 de abril. Os participantes aprovados precisam fazer três testes de Covid-19, do tipo PCR, uma semana antes da premiação, sendo que a Academia fornecerá dois testes.
Os indicados que precisarem viajar pelos Estados Unidos para comparecerem na cerimônia deverão cumprir quarentena a partir do dia 20 de abril junto com os concorrentes que vierem de outro país, mas forem classificados como "baixo risco".
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E os indicados que vierem de outro país e apresentarem "alto risco" deverão se isolar a partir do dia 17 de abril.
“Se você viajar para o condado de Los Angeles vindo de fora da Califórnia, precisa ficar em quarentena por 10 dias após sua chegada e não pode interagir com ninguém durante esses 10 dias, exceto com as pessoas em casa, ou seja, pessoas com quem você vive."
O comunicado ainda diz: “Se você viajar para o condado de Los Angeles exclusivamente para fins de trabalho essenciais, ainda precisará ficar em quarentena (quando não estiver trabalhando) por 10 dias e não poderá interagir com outras pessoas além das necessárias para realizar seu trabalho essencial.”
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Dirigido por Paul Greengrass, Relatos do Mundo rapidamente chamou a atenção por trazer Tom Hanks no papel principal, ator que nunca esteve em um western antes. Mais tarde, o filme se destacou na temporada de premiações pela performance da atriz mirim Helena Zengel. Mas, além da atuação, existe outro elemento do longa-metragem que atraiu os olhares, quero dizer, os ouvidos dos críticos: a trilha sonora.
Ao contrário do Satellite Awards, Globo de Ouro e Critics' Choice Awards, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas deixou Relatos do Mundo de fora das categorias principais, mas enalteceu a produção com quatro indicações nas categorias técnicas: Melhor Design de Produção, Melhor Fotografia, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora Original.
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Para o primeiro western da carreira, Greengrass fez uma parceria inédita com o compositor, condutor e produtor James Newton Howard, que desenvolveu as trilhas sonoras dos westerns Wyatt Earp (1994) e Hidalgo (2004).
O músico também trabalhou em Uma Linda Mulher (1990), Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008) e Jogos Vorazes (2012), e conquistou oito indicações ao Oscar em categorias de música ou trilha sonora.
Além dos cinemas, Howard carrega experiências com astros da música. O artista já trabalhou nos discos de Diana Ross, Ringo Starr, Barbra Streisand, Eric Clapton, Rod Stewart e Elton John.
Em entrevista à Collider, Howard explicou que Greengrass queria traduzir o "mundo quebrado" em que a história é ambientada, um Estados Unidos pós-Guerra Civil, na trilha sonora.
Relatos do Mundo, que foi lançado nos cinemas e disponibilizado na Netflix em diversos países, incluindo o Brasil, acompanha a jornada de Capitão Jefferson Kyle Kidd (Tom Hanks) ao tentar encontrar um novo lar para uma jovem órfã, Johanna (Helena Zengel), que nasceu em uma família alemã e foi criada entre os índios da tribo Kiowa.
Por não falarem a mesma língua, os dois personagens criam uma forma particular de comunicação, enquanto viajam pelas estradas vazias e, por vezes, perigosas de um país ainda dividido por ideais e políticas.
“Eu queria que a trilha fosse uma espécie de grupo de instrumentos variados de músicos da Guerra Civil, os quais voltaram da guerra. Todos os instrumentos foram quebrados e eles estariam quebrados, sabe? A trilha seria uma espécie de reforma desse grupinho e a busca dele pela harmonia,” explicou Greengrass, de acordo com o Los Angeles Times.
Howard descreve as composições para o filme como "simples, mas difíceis". E a descrição não poderia ser mais precisa. Em um filme em que o silêncio tem um papel importante, seja para mostrar a distância entre Kidd e Johanna ou introduzir as notícias lidas em voz alta pelo Capitão, a trilha sonora surge de forma sutil e indispensável para estabelecer o tom de cada cena.
Apesar de ter encontrado muita inspiração nos cenários do filme, Howard revelou que teve certo receio de usar sons característicos da cultura nativa dos Estados Unidos ou de westerns.
"Eu estava desconfiado de usar muitos sons [dos povos] nativos norte-americanos ou de westerns. Acho que seria errado não ter alguns desses sabores na trilha, porque há uma expectativa, e ela segue a geografia de forma tão magnífica,” disse Howard para o Indiewire.
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O músico também revelou que precisou desvendar as diferenças entre a tristeza e a solidão - este último sentimento acompanha o protagonista desde a primeira cena. Em contraste, ele explorou uma atmosfera mais enigmática para a jovem Johanna, a qual enfrentou diversos traumas durante o curto período de vida dela.
A construção da trilha sonora precisou lidar com uma situação inusitada: a pandemia de Covid-19. De acordo com Los Angeles Times, a maioria das reuniões entre o diretor e o músico aconteceram de forma virtual e os músicos foram direcionados remotamente por Howard enquanto gravavam as composições dentro dos protocolos de segurança.
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Entre diversas primeiras vezes, Howard e Greengrass conseguiram encontrar um território fértil e criaram paisagens sonoras imersivas a partir de sentimentos universais, como a perda, a solidão, a incerteza sobre o futuro, por meio de uma história de época.
Com maestria, Howard assina a trilha sonora de Relatos do Mundo e, no dia 25 de abril, tem a chance de ultrapassar Destacamento Blood, Mank, Minari e Soul e ganhar a primeira estatueta do Oscar na 93ª edição da cerimônia.
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