Superbanda formada por integrantes do cenário underground brasileiro tem trabalho produzido por Philippe Fargnoli, do CPM 22
Yolanda Reis Publicado em 25/03/2019, às 17h51
O cenário underground da música brasileira ganha mais um nome: Radical Karma. A superbanda é composta por Fausto Oi (baixo) e Fernando Martins (batera), ex-Dance of Days e atualmente em Eu Serei a Hiena / Direction e Horace Green, respectivamente; Gabriel Zander (vocal), da banda Zander, e Mateus Brandão (guitarra), do Chuva Negra.
O Radical Karma lançou, pela Flecha Discos, seu primeiro EP, Entre o Fim e o Começo, na sexta, 22. São quatro músicas: “Ainda Bem que Decidiu Ficar”, “Âmbar Báltico”, “Referente Ausente” e “Sinto Muito que Não Sinta Nada”.
No novo trabalho, os músicos deixam um pouco de lado o cenário punk rock e hardcore que estão acostumados para apostar em um indie carregado nas guitarras. “Mas não tem como negar a influência [do hardcore], já que nós quatro temos essa escola de som. Vai acabar tendo um pouco dessa carinha, mas a gente queria que fosse mais pro lado do indie e menos pro punk rock”, disse Mateus em entrevista à Rolling Stone Brasil.
As influências são diversas, gerando um som diferenciado. “Quando a gente começou a ideia do som, a gente falou do Smashing Pumpkins, falou de Violent Soho, que é bem dentro do que a gente queria fazer, falou de Basement, algo nessa linha. Uma coisa meio indie, meio grunge, testando com o emo do comecinho dos anos 1990”, explicou o guitarrista.
O Radical Karma aposta em qualidade e experiência para o novo som. A produção da banda é toda feita sob a ótica de qualidade de Philippe Fargnolli, guitarrista do CPM 22 e ex-Dead Fish. “A gente passou um ano ensaiando toda semana, só passando essas 4 músicas, temos bastante cuidado. Às vezes, a gente grava um instrumento de uma música em cada posição de gravação, é bem cuidadoso. E o Phil ajuda bastante a gente. Estamos bem focados na produção, atentos à todos os detalhes, colocando bastante camadas de som e de guitarra. É para escutar com atenção”, contou Mateus.
Mesmo com um som mais leve, a banda ainda vai atrás de letras de peso social. “Para mim, seria bem legal se a gente pudesse ir pra esse lado mais político também. E a gente já começou assim. Das quatro [músicas] que a gente lançou, diria que três têm conteúdo bem politizado. Abordamos questões de veganismo, machismo e violência contra mulheres… No que depender da minha influência, com certeza [teremos críticas nas letras]. Acho que a gente precisa disso.”
Apesar de muitos conhecerem a banda através dos outros grupos dos integrantes, Mateus ressaltou que são coisas bem diferentes. “Quem for escutar, é importante tirar o estigma das outras bandas, e escutar com carinho, porque temos uma proposta diferente. É uma banda para escutar com atenção, porque às vezes quando ouvir a primeira vez, você vai considerar como os trabalhos que já temos, mas depois vai ver que a gente está indo além.”
O Radical Karma se prepara para o lançamento do clipe de “Âmbar Báltico”, que está sendo produzido por Luca e Davide Bori, do Vivendo do Ócio. “Deixamos nas mãos deles. Mandamos a música e a letra, que tem um contexto de criação, de pai e filho, de aprendizagem… Eles entenderam bem a viagem. Estamos confiando que eles vão fazer um trampo legal”, relatou Mateus, que prevê que em cerca de pouco mais de um mês o vídeo será finalizado.
Além disso, a banda já tem seu primeiro show confirmado para agosto, no qual abrirão para uma banda internacional ainda não confirmada. Até lá, pretendem lançar mais um EP com quatro faixas e montarem uma setlist própria.
O material da banda pode ser encontrado nas plataformas digitais, como o YouTube e o Facebook.
Assista ao lyric video de “Ainda Bem que Decidiu Ficar”, primeiro trabalho da banda:
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