Com o rock tranquilo do Girls e o eletropop dançante do MEN, Popload Gig acerta em cheio no line-up de sua terceira edição
Por Fernanda Catania Publicado em 11/06/2010, às 16h38
Parecia mais uma quinta-feira normal na porta do Studio SP: indies de jaquetas de couro e batom vermelho chegavam aos poucos na danceteria da rua Augusta. Mas o motivo por atrair o público na noite fria desta quinta, 10, foi o Popload Gig, festival indie organizado pelo jornalista e DJ Lúcio Ribeiro. Em sua terceira edição, o evento trouxe à capital a dupla californiana Girls e o grupo de eletropop MEN, comandado por JD Samson, do Le Tigre.
Leia aqui entrevistas com os integrantes do MEN e do Girls.
As bandas curitibanas Homemade Blockbuster e White Strippers (que conta com a baterista do Copacabana Club) abriram a maratona alternativa, aquecendo o público que aguardava a apresentação dos grupos norte-americanos, pela primeira no Brasil. No entanto, a casa só encheu minutos antes da apresentação do Girls.
À 0h15 a dupla Christopher Owens e JR White subiu ao palco, acompanhada de três músicos de apoio. "Oi, nós somos o Girls, de São Francisco", emendando, logo em seguida, a faixa "Ghost Mouth".
Desde o início do show, era possível escutar alguém pedindo aos gritos para que os integrantes tocassem "Laura", uma das músicas responsáveis pelo sucesso da dupla. Então, após tocarem "Heart Breaker" e "God Damned", o Girls obedeceu ao público apresentando a tão aguardada faixa, cantada em uníssono pelo público.
Chris, que estava calado até então, começou a falar: "Obrigado por terem vindo, estamos aproveitando bastante. É muito bom ver todos vocês", disse, enquanto se virava para olhar todos aqueles que ocupavam o Studio SP. Então, o vocalista começou a se soltar mais. Depois de "Headache", brincou: "E aí, vocês vão ganhar a Copa do Mundo ou não?", recebendo uma resposta positiva do público. "Sim, então vão atrás disso", completou, enquanto arregaçava as mangas de sua camisa.
Enquanto casais curtiam o rock calmo do Girls, o mesmo parecia não acontecer com o restante público - a não ser alguns fãs posicionados estrategicamente em frente ao palco. Foi em "Solitude", uma das mais paradas do grupo (em que Chris toca gaita), que o público se mostrou mais entediado. Era possível ver gente bocejando, conversando e até mesmo de costas para o palco.
Mas nada que não fosse resolvido com um hit mais animado, como "Hell Hole Rat Race" e a barulhenta "Morning Light", a responsável por fazer a galera acordar e dançar na pista. Fato é que o repertório do Girls parece não ter meio-termo: a dupla toca músicas muito calmas ou extremamente barulhentas. No entanto, tranquilidade não é sinônimo de show ruim: o Girls se mostra ótimo no palco, seja pela voz incrível de Chris ou pela ótima execução da banda, que interpretou o disco Album de maneira fiel.
"Gostaria de agradecer mais uma vez. E obrigado aos caras aqui da frente", disse, se referindo àqueles que acompanhavam todas as músicas na frente do palco. "Espero vê-los em breve. O MEN é o próximo, tenham um bom show". Então, a dupla chamou a cantora Stephanie Toth para tocar a aguardada "Lust For Life". Apesar de a garota errar a entrada da música, o hit fechou com chave de outro a primeira apresentação do Girls no Brasil. O público acompanhou a letra e vibrou com a dupla californiana em um dos momentos mais animados dos 60 minutos de show.
O esvaziamento do Studio SP confirmou que Girls era a banda mais esperada da noite. Cerca de trinta minutos depois, JD Samson subiu ao palco junto a Michael O'Neill e Ginger Takahashi (Johanna Fateman, colega de Le Tigre, desistiu de acompanhar o grupo para cuidar do filho recém-nascido). A sensação que se tinha era de que a maioria esmagadora do público não conhecia o MEN. Para ter uma ideia, antes dos shows, JD circulou tranquilamente pelo Studio SP sem que ninguém a reconhecesse - o mesmo não aconteceu, por exemplo, com Lovefoxxx, do CSS, que estava lá para conferir o som da amiga. Durante a apresentação, era recorrente ouvir gente perguntando "se era homem ou mulher" ou inconvenientes gritando "sapatão".
Mesmo assim, pode se dizer que o show do MEN foi mais empolgante que o do Girls. Com um eletropop dançante, o trio animou quem parecia estar cansado. Simpática, JD aparentava estar muito feliz, já que a todo momento falava com o público, sorria e interpretava as músicas de maneira divertida.
Confirmando o que JD disse em entrevista ao site da Rolling Stone Brasil, o trio vestia roupas bastante inspiradas. A líder do grupo, que estava com seu indefectível bigode, usava uma camiseta larga, com uma parte amarrada na cintura, e uma bermuda com formatos geométricos que remetiam a formas africanas. Ginger usava uma calça verde, blusa multicolor e maquiagem colorida. Então, no meio do show, JD soltou a parte amarrada da camiseta, que virou um vestido longo. Em "Who Am I to Feel So Free", JD tirou a camisa-vestido e ficou com uma blusa mais curta que usava por baixo, arrancando gritos da plateia.
JD interpretou com as mãos a faixa "My Family", enquanto trocava olhares e risadas com os colegas de banda. Neste momento, o clima era de piada interna entre os integrantes da banda. Depois, agradeceu mais uma vez e anunciou que estavam vendendo algumas camisetas e o EP do grupo. Com um setlist menor que o do Girls, o MEN finalizou seu primeiro show no Brasil (JD já tinha vindo como DJ solo), tocando "Off Our Backs". O Bonde do Rolê, então, assumiu as pick-ups do Studio SP para encerrar primeira noite de Popload Gig, que segue para Porto Alegre nesta sexta, 11, e para o Rio de Janeiro, no sábado, 12.
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