Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova, duas das três mulheres do grupo punk presas no ano passado, se beneficiaram da nova lei de anistia russa
Redação Publicado em 23/12/2013, às 09h44 - Atualizado às 10h05
Maria Alyokhina (foto) e Nadezhda Tolokonnikova, duas das três integrantes do grupo Pussy Riot condenadas à prisão em agosto de 2012, foram libertadas nesta segunda, 23, na Rússia. Ambas se beneficiaram da nova lei de anistia russa, aprovada por 446 de 450 deputados na semana passada.
Galeria: relembre bandas e atores que, ao defender causas, arrumaram problemas com autoridades.
As artistas foram detidas junto a Yekaterina Samutsevich depois de as três terem sido acusadas de vandalismo e incitação ao ódio religioso, por terem realizado, em fevereiro de 2012, uma “oração punk” na catedral de Moscou contra o governo repressor do presidente Vladimir Putin. Yekaterina foi libertada poucos meses depois, já que foi declarado que ela havia sido interceptada por guardas da catedral, o que impediu que ela participasse efetivamente do ato. Nadezhda, que estava em uma casa de detenção na Sibéria, foi solta poucas horas depois de Maria.
Recentemente, a Suprema Corte russa havia pedido que as condenações (Maria e Nadezhda deveriam cumprir uma pena de dois anos) fossem revistas, informando que o tribunal que as julgou não havia recolhido provas para acusá-las de “ódio contra um grupo social”.
Em entrevista ao canal de TV Dojd, Maria, 25 anos, afirmou que "o mais difícil na prisão é ver como destroem a gente”. Ela também disse que acredita que sua libertação é apenas uma manobra do governo Putin. "Não creio que esta anistia seja um gesto de humanismo, mas uma operação de comunicação", declarou.
Maria não é a única a pensar dessa maneira. Pesquisadores afirmam que a lei de anistia, que deve beneficiar presos condenados por acusações tidas como excessivas, caso das Pussy Riot, é um gesto para melhorar a imagem da Rússia, já que em 2014 o país vai sediar os Jogos Olímpicos de Inverno.
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