Paulo Moura - Reprodução/Facebook Oficial

Paulo Moura - Alma Brasileira, documentário que perdeu seu retratado antes mesmo de começar a ser rodado, chega aos cinemas

“Pelas circunstâncias, acabou adquirindo um caráter de homenagem”, diz o diretor Eduardo Escorel, que por pouco não desistiu de fazer o filme

Stella Rodrigues Publicado em 03/05/2013, às 17h46 - Atualizado às 17h55

Paulo Moura - Alma Brasileira é uma homenagem ao instrumentista e uma discussão a respeito de como funciona a detenção de direito de imagem no Brasil. Até certo ponto, a obra de Eduardo Escorel faz um tributo à vida e carreira do clarinetista, saxofonista, compositor e arranjador Paulo Moura, que morreu em 2010 – quando Escorel já estava em processo de iniciar o documentário, mas ainda não tinha conseguido coletar entrevistas com o seu retratado.

O desafio inicial, que era gravar um DVD, virou um filme quando Moura ainda era vivo. Depois disso, o diretor passou a correr atrás de material para contar essa história sem a presença do protagonista, vítima de câncer. A lógica mandava Escorel desistir, mas o que ele acabou fazendo foi pesquisar mais a fundo e, no fim, fugir da estrutura tradicional de documentário, deixando a música premiada de Moura falar mais do que os depoimentos e se tornando uma joia para os apreciadores do trabalho do instrumentista. Aliás, para apreciadores de música, em geral, já que as performances são arrebatadoras.

“Pelas circunstâncias, com a morte dele e tudo feito dessa forma, acabou adquirindo um caráter de homenagem”, diz o diretor em entrevista à Rolling Stone Brasil. “Quis fazer algo assim, valorizar ao máximo a música. Não queria algo biográfico, entrevistar pessoas. Queria dar vida a ele.”

Ele encontrou nesse processo muitos obstáculos e um número suficiente de facilitadores. Por um lado, membros da família pediram “quantias exorbitantes” ou simplesmente proibiram a liberação de certas imagens – inclusive uma que mostra um sarau de Moura com seus amigos, na sacada do quarto de hospital e pouco antes de morrer, em uma rara ocasião em que a capacidade musical dele estava comprometida (“É uma cena emocionante. Não acho que haja nada ali que deponha contra ele”, diz). Por outro, Escorel teve a chance de usar imagens inéditas, apresentações do músico em festivais do mundo todo e, ainda, um depoimento nunca antes visto, dado por Paulo Moura a Mika Kaurisma, que cedeu a íntegra do material. Parte dessa saga do diretor para conseguir (e não conseguir) imagens é contada pela narração dele em off. “Achei muita coisa inédita e isso abriu uma fresta de possibilidade de fazer o filme”, conta, dizendo que sentia que Moura morreria uma segunda vez, caso o documentário não saísse.

Paulo Moura - Alma Brasileira estreia nesta sexta, 3, no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Salvador. Assista ao trailer abaixo:

eduardo escorel Paulo Moura - Alma Brasileira mika Kaurisma paulo moura

Leia também

Tom Holland negocia papel principal em novo filme de Christopher Nolan


Zoe Saldaña diz que toparia sequência de Crossroads se Britney Spears também topasse


Antonio Cicero, compositor e poeta membro da ABL, morre aos 79 anos


Julgamento de agressão com arma de fogo de A$AP Rocky adiado para janeiro


FKA Twigs acusa Shia LaBeouf de 'abusar' de processo antes de julgamento


Liam Payne: Promotores negam que divulgaram exames toxicológicos