Planeta dos Macacos - Cesar -

Planeta dos Macacos: A Guerra encerra trilogia de maneira épica e emotiva

Filme tem efeitos especiais de ponta e outra atuação notável do inglês Andy Serkis

Paulo Cavalcanti Publicado em 03/08/2017, às 12h06 - Atualizado às 12h38

O reboot da franquia Planeta dos Macacos foi uma das raras tentativas no campo das refilmagens/ reinício de franquias que realmente deu certo (apesar de a primeira delas, realizada por Tim Burton em 2001, ter falhado miseravelmente). Esta trilogia iniciada em 2011 com Planeta dos Macacos: A Origem, com direção de Rupert Wyatt, acertou o tom. Para começo de conversa, os idealizadores não tentaram imitar a história e a atmosfera da série cinematográfica lançada durante as décadas de 1960 e 1970. Nada de nostalgia, homenagem ou paródia. Estes filmes trouxeram algo novo, respeitando a inteligência do público. Planeta dos Macacos: A Guerra, que estreia nesta quinta, 3, encerra a nova trilogia de forma épica e emotiva.

Em Planeta dos Macacos: O Confronto (2014), o segundo filme da série, os primatas, que aos poucos começavam a evoluir, passando a demonstrar raciocínio e fala, relutantemente entraram em conflito com os humanos. Liderados pelo chimpanzé Cesar (Andy Serkis), os símios na verdade não queriam lutar e o fizeram apenas como um ato de defesa. Neste terceiro e final capítulo, os companheiros de Cesar estão mais evoluídos. Em paralelo, os seres humanos sofrem cada vez mais com um vírus transmitido pelos macacos e começam a perder as capacidades cognitivas.

Como Andy Serkis se transformou no rei das atuações "pós-humanas"

Então, surge O Coronel (Woody Harrelson), que lidera uma organização paramilitar chamada Alpha-Omega. Ele é um tipo fanático e messiânico, seguido cegamente pelos soldados que comanda. O Coronel constrói um campo de trabalhos forçados para os primatas aprisionados e, com a ajuda de alguns macacos vira-casaca, vai com sua tropa atrás dos revoltados, com o objetivo de exterminá-los por completo.

Cesar, por outro lado, não é mais a figura benevolente do filme anterior. O lado negro dele começa a transparecer – se torna vingativo e ressentido, e com razão. Ele passa a ter alucinações como o beligerante Koba (Toby Kebbell), que em Planeta dos Macacos: O Confronto demonstrava ódio pelos humanos e foi um dos responsáveis pela eclosão da guerra. A princípio, Cesar queria libertar seus companheiros aprisionados, mas passa também a nutrir pensamentos de extermínio em relação aos humanos. Agora, ele não tem mais tempo para a paz – sabe que o único jeito de sobreviver é lutar e, para isso, terá que jogar de forma tão pesada e brutal quanto seus inimigos. Isso definirá o rumo das espécies e qual delas irá dominar o planeta.

Em Planeta dos Macacos: A Guerra, o diretor, Matt Reeves (que também foi responsável por Planeta dos Macacos: O Confronto), utiliza não apenas elementos de filme de guerra, mas também de western. Cesar e O Coronel, apesar de antagonistas, são o reflexo distorcido um do outro, assim como o confederado Ethan Edwards (John Wayne) e o chefe indígena Scar (Henry Brandon) no clássico Rastros de Ódio (1956), de John Ford. O Coronel interpretado por Woody Harrelson é também uma caricatura de outro coronel, o Kurtz, vivido por Marlon Brando em Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola. Aliás, este clássico de guerra é uma forte referência aqui.

Com o clima opressivo, ambientado em florestas escuras e campos gelados e desolados, Planeta dos Macacos: A Guerra é basicamente um filme sobre divisão e ódio, sem final feliz. Tem ação, mas não é tão constante como se poderia esperar. Andy Serkis, que dá voz e movimentos a Cesar, segue imprimindo no personagem a aura de uma figura atormentada. A guerra que ele vive não é apenas contra os inimigos: é também contra a própria consciência. Os dois filmes anteriores receberam algumas ressalvas em relação ao trabalho de computação gráfica, mas tais defeitos foram corrigidos nesta conclusão. Os personagens e cenários recriados digitalmente são impecáveis e convincentes, tornando Planeta dos Macacos: A Guerra um longa memorável tanto do ponto de vista da narrativa, quanto do visual.

cinema Andy Serkis Planeta dos Macacos cesar

Leia também

Slipmami lança 2º álbum, 'Até Aqui, Slip Nos Ajudou'; veja


Gal Costa: Briga por herança chega ao fim com acordo entre viúva e filho


Netflix: Emily em Paris é renovada para 5ª temporada; veja


Quem é o rapper Sean Diddy e por que ele está sendo acusado de crimes graves?


Liniker fará show de abertura em passagem de Lenny Kravitz por São Paulo


Oscar: Conheça os possíveis concorrentes a Melhor Filme Estrangeiro