Novidades não estão no documentário 'O Caso dos Irmãos Menendez', mas reforçam argumento de que dupla matou os pais por sofrer anos de abuso sexual
Por Rodrigo Tammaro Publicado em 21/10/2024, às 18h44
A história dos irmãos Lyle e Erik Menendez, condenados por planejar e executar o assassinato dos próprios pais na década de 1990, é tema de diversas séries e filmes.
Os destaques mais recentes são Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais, novo capítulo da antologia Monstros, e o documentário O Caso dos Irmãos Menendez, lançado pela Netflix no início de outubro.
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A última produção aprofunda o olhar sobre os motivos por trás do crime, dando voz ao argumento de que Erik e Lyle sofreram anos de abuso sexual, físico e mental do pai deles, José Menendez. O documentário também aponta falhas no julgamento dos irmãos, sugerindo que a hipótese do abuso não foi considerada como deveria.
Apesar do foco nos argumentos de Erik e Lyle, O Caso dos Irmãos Menendez deixou de fora duas novas evidências que podem trazer uma outra conclusão para o caso mais de 30 anos depois do julgamento. A seguir, saiba quais evidências são essas e como elas podem mudar a história da dupla.
Uma das novidades é uma carta de 1988 enviada por Erik – então com 18 anos – ao primo dele, Andy Cano. Uma parte do documento foi divulgada pelo promotor George Gascón depois que o documentário já havia sido lançado. No bilhete, Erik relata o medo e os abusos cometidos pelo pai.
Tenho tentado evitar meu pai. Isso ainda acontece diariamente, mas está pior para mim agora... toda noite fico acordado pensando que ele pode entrar", diz em um dos trechos.
Esse documento não foi considerado no veredito de 1996, que levou os irmãos Menendez à prisão perpétua. A carta ainda motivou uma coletiva de imprensa na qual familiares e amigos de Erik e Lyle pedem a libertação imediata dos irmãos. Eles afirmaram que, caso o documento tivesse sido incluido no julgamento, a conclusão teria sido diferente.
A outra novidade no caso que também ficou de fora do documentário é um depoimento de Roy Rosello, ex-integrante da banda Menudo. Ele alega que, em 1984, foi drogado e estuprado por José Menendez – que na época era chefe da gravadora RCA Records –. O depoimento dá mais sustentação à hipótese de que os irmãos cometeram o crime porque foram abusados.
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Enquanto os irmãos pedem uma nova sentença ou um novo julgamento, algumas autoridades envolvidas no caso afirmam que Erik e Lyle planejaram e executaram o assassinato meticulosamente. Eles também apontam que o crime foi motivado pelo interesse na herança da família.
Apesar dos apelos de familiares para que um novo julgamento aconteça, nem todos os parentes dos irmãos defendem a versão deles. Milton Anderson, tio da dupla, divulgou uma declaração afirmando que o assassinato foi um ato “hediondo”, lembrando que José foi baleado 6 vezes e a mãe Mary Louise Menendez foi baleada dez vezes.
Mesmo assim, a possibilidade de uma nova análise do caso ganhou força depois das produções da Netflix.
A divulgação da carta por parte do promotor George Gascón sugere que ele está de acordo com essa possibilidade. Além disso, Gascón já se pronunciou publicamente afirmando que não concorda com a condenação e que a decisão sobre o caso da dupla pode ser revista.
Também há o fato de que parte da opinião pública sobre o crime mudou após o documentário, dando mais ênfase ao argumento de Erik e Lyle.
A expectativa é de que, com um novo julgamento, os irmãos Menendez recebam uma nova sentença, o que pode permitir que eles saiam da prisão imediatamente. A nova audiência do caso está marcada para 26 de novembro.
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