Irmãos Menendez: Relembre o caso que virou série na Netflix

O caso dos irmãos Joseph Lyle e Erik Menendez chocou os Estados UNidos na década de 1990 e virou uma temporada da antologia Monstros, de Ryan Murphy

Monstros, a série antológica de Ryan Murphy para a Netflix começou com Dahmer: Um Canibal Americano (2022), ganha uma nova temporada, focada no caso dos Irmãos Menendez. Em Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais(2024), relembramos a história que chocou os Estados Unidos na década de 1990.

Joseph Lyle e Erik Menendez viviam com os pais, José Enrique Menendez e Mary Louise "Kitty" Andersen, em Nova Jersey até 1986, quando se mudaram para Beverly Hills, no estado da Califórnia, por conta de uma mudança na carreira do pai.

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Executivo de ascensão rápida, o cubano José já era vice-presidente de operações da Hertz nos Estados Unidos aos 35 anos. Aos 36, se tornou diretor de operações do braço de gravadora da RCA. Lá, ele trabalhou na contratação de bandas como Menudos, Duran Duran e Eurythmics.

Tudo muda na vida aparentemente perfeita da família Menendez na noite de 20 de agosto de 1989. Joseph e Erik executaram os pais a tiros — foram seis disparos em José e dez em Kitty. Os irmãos continuaram na casa, alegando que haviam encontrado os pais mortos quando voltaram do cinema, onde estavam assistindo Batman.

A princípio, os investigadores acataram a versão dos irmãos Menendez e não fizeram testes para resíduo de pólvora em nenhum dos dois. Hipóteses como ligações com a máfia chegaram a ser estudadas.

As suspeitas caíram sobre Joseph e Lyle quando a polícia tomou conhecimento de que os irmãos haviam gastado 700 mil dólares após a morte dos pais. O dinheiro foi usado na aquisição de apartamentos, viagens, carros e relógios. Por outro lado, familiares diziam que os irmãos sempre tiveram o hábito de ostentar.

A polícia chegou a usar Craig Cignarelli, amigo de Erik para tentar arrancar uma confissão do suspeito, que negou tudo. O jogo virou quando ele contou sobre o crime ao seu psicólogo, que falou sobre a confissão para sua amante, que relatou tudo a polícia, o que levou o caçula da família Menendez a ser preso. O irmão mais velho estava fora dos Estados Unidos no momento da prisão de Erik, em uma viagem a Israel. Ao voltar, alguns dias depois, se entregou à polícia.

O julgamento do caso, que aconteceu no ano de 1993, que havia chocado a população norte-americana, foi transmitido pela televisão devido à comoção que causou na comunidade. Segundo a defesa dos irmãos Menendez, o assassinato dos pais aconteceu por defesa de suas vidas. Para a promotoria, o que teria motivado o crime seria a ambição dos irmãos, que queriam acessar a herança dos pais.

Os dois alegaram que o pai deles, José, era pedófilo e já havia abusado deles de maneira física, psicológica e sexual. Os dois ainda disseram que a mãe também era uma pessoa violenta e endossava os abusos cometidos pelo marido, além de ser alcoólatra e viciada em outras drogas.

Erik alegou durante uma audiência de julgamento que o temor que ele o irmão sentiam pelas próprias vidas se deu após um embate deles com os pais. Ele ainda disse que José teria ameaçado os dois de morte caso falassem a alguém sobre os abusos.

Andy Cano, primo dos irmãos Menendez testemunhou em favor dos dois, dizendo que Erik já havia contado a eles sobre os abusos do pai. Outra prima, Diane Vander Molen, disse que Lyle também chegou a se abrir sobre os crimes do pai e que ela própria chegou a confrontar Kitty, que teria defendido o marido.

Joseph Lyle e Erik Menendez foram submetidos a dois julgamentos e três júris — o que aconteceu porque os dois primeiros juris não chegaram a um veredito sobre o caso dos irmãos. Ao passarem por um novo julgamento, que não foi transmitido pela televisão, o juiz Stanley Weisberg condenou os dois por conspiração de assassinato e homicídio. As alegações de abuso foram rejeitadas pelo júri e os irmãos foram condenados a prisão perpétua.

Os irmãos Menendez vêm tentando apelar da decisão e aplicar recursos à sentença desde 1998, mas não tiveram nenhum êxito até o momento. No ano passado, Roy Rosselló, que foi um dos integrantes dos Menudos alegou ter sido estuprado por José Menendez quando tinha 14 anos. O que reforça a defesa da dupla.

Outro argumento usado nas petições mais recentes é uma carta descoberta pela irmã de José que Erik enviou a seu primo Andy Cano meses antes do crime."Eu nunca sei quando vai acontecer e está me deixando louco. Toda noite eu fico acordado achando que ele vai entrar," escreve o caçula. "Ele é louco! Ele me avisou centenas de vezes para não contar para ninguém, especialmente Lyle." Até o momento, os irmãos Menendez seguem presos em regime fechado.

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