Cena do filme <i>Velozes e Furiosos 7</i> - Divulgação

Velozes e Furiosos 7 é uma montanha-russa que mescla cenas de ação exageradas e homenagem a Paul Walker

Astro que interpretava o ex-policial Brian O'Conner morreu em 2013

Gus Lanzetta Publicado em 01/04/2015, às 17h21 - Atualizado às 19h37

Velozes e Furiosos 7, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 2, é um filme que serve múltiplas funções. A experiência é, no geral, de entretenimento poderoso. Fica como testamento à impressionante habilidade de James Wan e toda a equipe dele. O delicado trabalho do diretor foi ter de lidar com a morte do astro Paul Walker, que não havia terminado de filmar todas as cenas, quando sofreu um acidente de carro fatal em 2013.

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A tragédia exigiu uma adaptação do roteiro para mudar o destino do ex-policial Brian O'Conner, personagem de Walker. Os macetes de usar os irmãos de Walker e um rosto em computação gráfica aparecem de forma esparsa e são pouco notáveis, exceto por três planos nos quais as feições do ator recriadas por computador são bem pouco convincentes. A produção também homenageia o trabalho de Walker na série de maneira muito bonita e comovente, sem parecer forçado, um verdadeiro triunfo que trouxe lágrimas aos olhos.

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Outro fardo que a saga com sete filmes tem de carregar é o de atar pontas soltas deixadas pelas duas trilogias anteriores. No caso de Velozes e Furiosos 7, há duas indispensáveis: a amnésia de Letty (Michelle Rodriguez) e a reorganização da linha do tempo dos filmes, já que este é o primeiro a se passar depois dos eventos de Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio, o terceiro na ordem de lançamento. Ambos os esforços criam cenas deslocadas e sem propósito na trama. Perceptíveis, principalmente, por esse ser o longa-metragem mais extenso da franquia.

Com US$ 52 milhões, Dwayne Johnson é o segundo colocado na lista de atores mais bem pagos de 2014.

Recomendado por Justin Lin (responsável pelos últimos quatro Velozes e Furiosos), o diretor James Wan (Invocação do Mal ) chega à saga e ao gênero de ação mostrando competência e maestria nas cenas de luta (com movimentos de câmera impressionantes) e nas icônicas perseguições automotivas, que são surreais. Sem dúvida os protagonistas aguentam mais porradas e quedas do que muitos super-heróis (e também aprenderam artes marciais de maneira a nocautear qualquer um).

Treinador de Dwayne Johnson conta como é preparar o ator para uma cena de ação: “Ele é tão grande que a preocupação é ele não domine a tela”.

Outro superpoder de Vin Diesel, Tyrese Gibson, Ludacris e Dwayne Johnson que continua a ser utilizado para o bem é o carisma da turma de mocinhos, que ainda carrega os momentos de leveza e descontração dos diálogos com conforto. Quem se junta a eles para substituir “The Rock” no meio do longa-metragem (o ator estava ocupado gravando outro filme) é o icônico Kurt Russell, que não faz muito além de parecer bacana e tomar cerveja em diálogos expositivos. A presença dele, contudo, ajuda a estabelecer o tom mais absurdo e relaxado do filme. A artimanha funciona bem e pode ser uma boa direção pra série trilhar - apesar de entrar em conflito com os temas mais emocionais da trama.

Crítica: Velozes e Furiosos 6 assume a loucura e o lado fantástico da ação.

A maioria dos problemas de Velozes e Furiosos 7 está no roteiro, que tem assuntos demais pra cobrir. Já a direção de James Wan evolui a linguagem que Justin Lin estabeleceu para a franquia e tantas cenas boas de ação que assistir ao filme parece uma longa, mas, divertidíssima, montanha-russa. Esse é um longa-metragem que deve pouco a estrutura narrativa. Ele é uma vitrine para personagens incríveis fazendo coisas incríveis em lugares incríveis. Como um bom filme, os furos na costura ficam aparentes só em retrospectiva. Apesar dos 137 minutos estarem longe de serem impecáveis, ver Velozes e Furiosos 7 é inegavelmente uma experiência de emoções fortíssimas que é rara no cinema. Principalmente em um filme de ação de Hollywood.

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