"Se você é muito livre, termina do jeito que Hong Kong está agora - bastante caótica", criticou o artista, em fórum na cidade de Boao
Da redação
Publicado em 20/04/2009, às 13h15Jackie Chan não está tão certo assim de que os inúmeros apelos por mais liberdade na China deveriam vingar.
Nativo de Hong Kong, o ator, roteirista, coreógrafo e diretor - conhecido por papéis que lhe cobraram as afiadas habilidades marciais - foi questionado sobre o assunto em uma conferência no Boao Forum for Asia (BFA), que aconteceu entre 17 e 19 de abril, na cidade chinesa de Boao.
"Não tenho certeza se é bom ter liberdade ou não. Estou muito confuso agora. Se você é muito livre, termina do jeito que Hong Kong está agora. Bastante caótica. Taiwan também é um caos", argumentou o artista, em relato publicado no site da revista Variety.
Chan não é o primeiro natural de Hong Kong (que, em 1997, passou ao controle da China, após 99 anos sob controle britânico) a assumir uma linha pró-Pequim (capital do país). Desgostoso com fatores como a falta de personalidade da juventude chinesa ("ela gosta das coisas dos outros; não quer saber de suas próprias"), o astro de O Reino Proibido acredita que uma maior supervisão do governo central pode cair bem a esta altura do campeonato. "Estou gradualmente começando a sentir que precisamos estar sob controle. Quando isso não acontece, nós simplesmente vamos fazer o que bem entendermos."
A China, às voltas com denúncias de abuso dos direitos humanos, é alvo constante de críticas por manter filtro em sites como Google e YouTube. A plateia de Chan no BFA, no entanto, reagiu com aplausos à declaração. Estavam ali, basicamente, empresários chineses.
Mas o ator não deixou de cutucar a indústria tecnológica - ainda precária, a seu ver - do país natal. "Se precisar comprar uma TV, definitivamente procuro uma japonesa. Uma TV chinesa pode explodir do nada."
No começo de abril, Chan divulgou detalhes de Big Soldier, produção de US$ 25 milhões (R$ 56 mi) na qual irá produzir, roteirizar e protagonizar. Todo filmado na China - com idioma e elenco nacionais -, o filme é uma volta às raízes do astro, que por anos fez a fama em Hollywood com produções como a franquia A Hora do Rush.