O astro do cinema teve carreira intensa e meteórica antes de morrer precocemente, aos 24 anos, em setembro de 1955
Redação Publicado em 07/02/2018, às 17h55 - Atualizado às 17h59
Jaqueta, camiseta branca, calça jeans, pose de bad boy e um cigarro entre os lábios. É assim que nos lembramos de vários ícones dos anos 50/60, mas somente um deles teve uma carreira tão intensa quanto meteórica, que começou e terminou nesse período. James Dean nasceu em 8 de fevereiro de 1931, no entanto, sua vida terminou aos 24 anos, em uma estrada da Califórnia. O ator sofreu um acidente de carro em 30 de setembro de 1955.
Esse quase um quarto de século foi suficiente para transformar James Byron Dean em estrela. O ator fez quatro pequenas pontas em filmes no início da década de 1950 e algumas participações em séries de TV. Mas foi com seu primeiro grande papel no cinema, como Cal Trask em Vidas Amargas (1955) que ele realmente ganhou os olhos o público, principalmente o feminino, e seduziu Hollywood. No longa de Elia Kazan, baseado livremente no livro A Leste Do Éden, de John Steinbeck, o galã interpretou um jovem em busca da aprovação e afeto de seu pai, que demonstra favoritismo por seu irmão. A interpretação lhe rendeu indicações a dois grandes prêmios: o Oscar de melhor ator e o Bafta de melhor ator estrangeiro.
No mesmo ano - mas já após a morte de Dean - chegou aos cinemas o personagem que fez com que ele realmente passasse a ser reconhecido no mundo todo e pelo qual é lembrado até hoje: Jim Stark, no cult Juventude Transviada, pelo qual foi indicado novamente ao Bafta. Ao lado de Natalie Wood (Judy) e Sal Mineo (John "Plato" Crawford), mostrou um retrato de sua geração em uma espécie de comentário social a respeito dos adolescentes "rebeldes sem causa" - que por sinal, é o título original do longa (Rebel Without a Cause). O filme, indicado a três Oscar, foi dirigido por Nicholas Ray.
Seu papel derradeiro no cinema foi em Assim Caminha a Humanidade (1956), que foi finalizado e lançado em 1956, pouco mais de um após a morte de Dean. O épico de mais de três horas de duração e com um estrelado elenco, que trazia ainda Elizabeth Taylor, Rock Hudson, Dennis Hopper e, mais uma vez, Sal Mineo, conta a história de um rancheiro do Texas (Hudson) e sua família ao longo dos anos e aponta como a indústria do petróleo enriqueceu os fazendeiros do estado norte-americano. A obra destacou-se por tratar do preconceito de maneira bastante escancarada para a época. James Dean viveu o papel do ambicioso Jett Rink, funcionário da família que se apaixona por Leslie (Taylor), a esposa do patriarca.
Fora das telas, o artista ainda teve alguns papeis no teatro. Participou de duas peças da Broadway e quatro off-Broadway, a maioria delas antes do sucesso na sétima arte. Após sua morte, a figura de James Dean pôde ser vista na pele de alguns atores nas cinebiografias que foram feitas retratando a curta vida desse ídolo dos anos 50 (a mais recente delas, de 2001, contou com James Franco no papel do biografado). Assuntos não faltaram para relatar: a suspeita de que fosse homossexual, mas que os estúdios escondiam isso; a paixão por corridas de carro, que acabou sendo, de certa forma, o que interrompeu sua vida antes da hora, além de sua morte no auge da carreira e as consequências disso.
"Viva depressa, morra jovem e deixe um cadáver bonito"
A máxima acima foi proferida pelo personagem Nick Romano (vivido por John Derek), no filme de 1949 O Crime Não Compensa. A produção foi dirigida pelo mesmo Nicholas Ray que alguns anos mais tarde comandaria Juventude Transviada. Curiosamente, a frase passou a ser intimamente associada a James Dean após sua morte - ele, literalmente, vivia rápido, correndo em competições de carros, sua paixão. Seu acidente ocorreu na rodovia que, naquela época, tinha o nome de U.S. Route 466, enquanto o ator testava seu Porsche 550 Spyder, possivelmente acima do limite de velocidade (há controvérsias a respeito do assunto até hoje). Ele estava se familiarizando com o veículo antes de usá-lo em uma corrida, que foi realizada no mesmo dia.
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