Com bom humor, Jared Leto conquista fãs durante apresentação do 30 Seconds to Mars em São Paulo

Banda não hesitou em interagir com o público em show no Espaço das Américas

Luísa Jubilut

Publicado em 17/10/2014, às 01h27 - Atualizado às 14h38
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Jared Leto no início do show do Thirty Seconds to Mars no Espaço das Américas, em São Paulo - Stephan Solon/Move Concerts

Jared Leto, Shannon Leto, Tomo Milicevic tomaram o palco do Espaço das Américas às 21h10 nesta quinta-feira, 16, ligeiramente atrasados para o encontro com os fãs de São Paulo. Estes gritavam alucinadamente enquanto balançavam bandeiras gigantes distribuídas pela equipe da banda.

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“Up in the Air”, primeira faixa da noite, deu conta do recado e aqueceu os presentes, cujo grito uníssono abafou o vocal de Jared. “Eu não sou Jesus!”, cantou ele em “Search and Destroy”, que veio em seguida. Mas de barba, cabelos longos, túnica branca e coroa dourada, o vocalista parecia-se com uma releitura rock and roll e fashionista da figura central do cristianismo. “Vamos pular tão alto que vamos tocar o teto!”, disse ele, em uma das primeiras interações com o público. “Eu amo todos vocês.”

Durante “This Is War”, uma das mais aguardadas da noite, balões gigantes de todas as cores foram distribuídos pela plateia, que aproveitou para brincar durante a faixa. Eles acabaram estourando aos poucos durante “Conquistador”, mas logo veio uma chuva colorida de papel picado para entreter os fãs da banda.

Jared Leto vence o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.

“Eu vou tirar meus óculos para ver vocês direito. Puta merda, acho que o ar condicionado quebrou”, disse Jared, enquanto limpava o suor do rosto. “Alguém aí precisa ligá-lo. De qualquer maneira, já ouviram falar de uma música chamada ‘Kings and Queens’?”

Pouco depois, o vocalista deu início às inúmeras interações bem-humoradas com o público, ao chamar um fã para ajudá-lo a decidir qual lado da plateia estava mais animado. É claro que a brincadeira não levou a lugar algum, mas ajudou a reforçar a energia de “Do or Die”, mais uma do disco Love, Lust, Faith and Dreams. Durante a música, Jared aproveitou para pegar uma bandeira e gritar: “Vida longa ao Brasil!”

Pelos próximos minutos, Shannon deixou o posto baterista. Primeiramente, assumiu o teclado para “End Of All Days”. Em seguida, sentou-se à beira do palco, sozinho para tocar “L490”. A música foi batizada em homenagem ao comprimido de naproxeno de mesmo nome usado para tratar gota. Em 2007, após filmar Chapter 27, Jared foi diagnosticado com a doença, que normalmente afeta as articulações e causam muita dor.

Em seguida, Shannon deixou o palco e foi a vez de Jared ficar a sós com os fãs. Sem camisa – e ainda reclamando do calor -, o vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante de 2014, por Clube de Compras Dallas, perguntou ao público que música eles gostariam de ouvir. “’Beautiful Mind’, ‘From Yesterday...’”, disse ele, após ser atingido gritos de todos os lados. “Alguém acabou de me pedir para ser minha ‘baby mama’ brasileira. Quem quer que tenha dito isso tinha a voz bem grossa, o que não tem problema.”

A vencedora foi “Hurricane”, que ganhou uma roupagem delicada com a versão acústica. “Quem aí está nos vendo pela primeira vez?” Gritos. “Quem aí já nos assistiu antes?” Ainda mais gritos. “Quem aí só está gritando por que não está entendendo nada?”, brincou Jared, causando risos. “Vamos fazer um vídeo! Instagram ou Snapchat?”, perguntou, antes de sacar o celular do bolso. O público elegeu Instagram.

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Após gravar a plateia cantando “Bright Lights”, que seria tocada ao final do show, Jared compôs a legenda do vídeo. “Que tal: ‘Vida longa ao açaí’?”, brincou. “Hashtag açaí, Hashtag Brasil. Brasil é com ‘Z’ ou com ‘S’? ‘S’! Fodam-se os americanos. Acho que acabei de mandar a mim mesmo, pensando bem.”

Ao terminar a brincadeira, o músico iniciou uma campanha para emplacar o Thirty Seconds to Mars no próximo Rock in Rio. “Quem aí nos viu no Rock in Rio [de 2013]? Aquele show foi incrível. Acho que todo mundo devia pedir para a gente tocar no ano que vem. A gente podia fazer uma petição online. Logo depois, dedicou “The Kill” a “uma das melhores plateias do mundo, cheia de paixão e loucura.”

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O bis inflamado, que conseguiu manter o alto nível de energia da apresentação, trouxe à tona faixas antigas, que a banda raramente toca, como “Attack” e “From Yesterday”. Após tirar uma foto com a plateia ao fundo e tocar “Vox Populi (A Call to Arms)” – uma música que, segundo o vocalista, eles não deveriam tocar – a banda anunciou que a próxima faixa seria a última.

“Sempre fazemos algo especial para a última música. Sempre fazemos uma pergunta: ‘Quem quer subir ao palco?’” Dezenas de fãs foram recrutados para se juntar à banda durante “Closer to the Edge”. “Vejo vocês no Rock in Rio!”, disse Jared, confiante, ao deixar o palco em meio a uma chuva de papel picado branco.

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