Para ele, músicos pensaram em sua segurança, e ainda garantiu que faria o mesmo
Redação
Publicado em 06/05/2019, às 15h41Os Dead Kennedys iriam se apresentar no Brasil no final de maio deste ano. Cerca de um mês antes das apresentações, a EV7 Live lançou um pôster de divulgação no qual uma família de classe média empunhava armas e uma favela queimava. Imediatamente tornou-se uma polêmica entre os fãs da banda.
A banda compartilhou o pôster em suas redes sociais, mas algumas horas depois fizeram um anúncio em português garantindo que o cartaz "foi divulgado pelo promotor dos shows sem o conhecimento do Dead Kennedys, e não é autorizado." Alguns dias depois, a turnê foi cancelada.
João Gordo “adotou” a arte para os Ratos de Porão. Em seu Instagram, publicou a imagem trocando o nome dos “Dead Kennedys” pelo nome de sua banda.
Em entrevista ao Sul 21 neste domingo, 5, o músico falou sobre a polêmica do pôster e disse que, além de acreditar que a banda punk está certa em cancelar a turnê, ele ainda faria o mesmo.
+++ Bandas brasileiras adaptam pôster polêmico do Dead Kennedys
“Se eu fosse tocar em Bangladesh e o produtor fizesse um pôster anti-muçulmano… Eu não conheço as tretas do país, eu não conheço o que se passa lá, eu tenho 60 anos de idade, eu sou tiozinho, eu não sou punk de 25 anos, anarquista. É o caso dos caras do Dead Kennedys, eles querem vir, tocar o som deles e ir embora. Eu achei certo eles falarem 'não, eu não autorizei, eu não quero isso', porque eles viram que virou uma coisa gigantesca”, disse.
Sobre ter "pegado" o postêr para si, explicou que foi uma brincadeira, e garantiu que respeita toda a banda. “Eu reivindicando a parada pro Ratos foi mais questão de zuera, eu respeito os caras do Dead Kennedys pra caralho, acho uma baita banda. Eu acho que os fãs do Dead Kennedys foram tão fascistas quanto os bolsominions, em xingar os caras, destratar a banda."
"Os membros da banda têm mais de 60 anos, são gringos, vão vir aqui no Brasil pra tomar catarrada de moleque? Era isso que ia acontecer. Eu vejo todo esse lado, porque eu estou aqui dentro, eu sou músico, eu sei qual é que é, enfrento isso a vida inteira”, completou.