Depois de álbuns de versões, bandas vão se reunir em show em São Paulo
Lucas Reginato Publicado em 31/08/2013, às 10h53 - Atualizado às 10h56
No começo tudo não passava de brincadeira. As pretensões eram poucas quando, no início da década de 90, bandas no Recife começaram a se reunir em torno de um ideal comum. Também informalmente foi encarado o projeto Mundo Livre S.A. vs Nação Zumbi em um primeiro momento. “A princípio era só curtição”, lembra Fred Zeroquatro, vocalista do Mundo Livre. “Até porque a Deck colocou a ideia meio nessa vibe de farra, de tirar uma curtição como foi a coisa do Raimundos e do Ultraje”, diz o músico, em referência ao álbum Ultraje a Rigor vs Raimundos, lançado no ano passado.
“Isso nos foi sugerido e não tinha como negar. Mundo Livre S.A. é uma banda que a gente conhece, somos bandas primas. A gente viu todo o amadurecimento, toda a evolução deles, assim como eles viram toda a nossa caminhada”, diz Jorge du Peixe, vocalista da Nação Zumbi. Enquanto a ideia amadureceu, os músicos perceberam então que a proposta poderia render algo mais. “Aos poucos foi caindo a ficha”, continua Fred . “A gente tá numa data bem redonda, estamos às vésperas de comemorar 20 anos do primeiro disco de cada banda. Caiu a ficha de que era uma oportunidade também de reaproximar a galera, de celebrar a importância que essa cena teve para o Recife. Tudo foi conduzindo a uma reflexão de que valia a pena tentarmos investir mais nessa parada não apenas como farra, mas como uma coisa de celebração, de resgate, de reflexão.”
O fato de que as duas bandas nasceram não apenas no mesmo lugar como a partir das mesmas ideias acrescentou muito ao projeto, até porque, apesar de tudo, Mundo Livre e Nação Zumbi têm sonoridades distintas. “A versão tem essa liberdade de você poder pegar uma música de outro artista com o aval para isso. O artista tem uma relação com sua música, é você quem fez, você sabe para onde quis conduzir tudo aquilo”, explica du Peixe. “Mas foi divertido, como dizia Chico Science, acima de tudo é diversão levada a sério.” Além de clássicos como “A Cidade” e “Praiera”, o Mundo Livre escolheu também músicas mais recentes para recriar. “O Fred tinha feito uma resenha de nosso último disco, Fome de Tudo, e ressaltou bastante a faixa “No Olimpo”. E calhou que eles fizeram uma versão que surpreendeu muito, levaram para o que é a perspectiva musical deles.”
Já para Fred, que em 1992 escreveu o famoso Manifesto dos Caranguejos com Cérebro, o resultado trouxe de volta experiências antigas. “Eu me reconectei com o maloqueiro que vinte anos atrás era o principal animador de plateia dos shows da Nação”, lembra o músico. Durante todo o processo, nenhuma das bandas soube sequer quais seriam as músicas escolhidas pelo outro lado, o aumentou a ansiedade. “A gente, inclusive, perdeu uma noite inesquecível que seria se tivéssemos a chance de ouvir junto, marcar na casa de alguém, um bar, comprar umas cervejas e fazer uma festa da primeira audição coletiva. Seria uma noite daquelas”, lamenta o vocalista do Mundo Livre.
Se não aconteceu a “audição coletiva”, as duas bandas vão poder comemorar diante do público. Os músicos ainda não sabem precisar como será o funcionamento do show ao vivo, mas duas apresentações já estão marcadas para acontecer, dias 17 e 18 de setembro, no Sesc Pompeia, em São Paulo – e a partir daí, a ideia é passar também por outras cidades. Du Peixe, que concilia a agenda com a finalização de Baile Beatnik, primeiro disco do Afrobombas, previsto ainda para este ano, e o próximo disco da Nação Zumbi, que deve chegar aos fãs no ano que vem, tem confiança de que o encontro vai valer a pena: “Essa guerra vai ser boa no palco também”.
Nação Zumbi e Mundo Livre SA em São Paulo
Terça, 17, e quarta, 18, às 21h
Local: Sesc Pompeia - Rua Clélia, 93 – Perdizes
Ingressos: de R$ 6 a R$30
Bilheteria: De terça a sábado das 9 às 21 horas e domingos e feriados das 9 às 19 horas (ingressos à venda em todas as unidades do SESC).
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