Produção estreia nesta segunda, 22, retratando quatro histórias paralelas sobre “o que é justo” diante de situações moralmente ambíguas
Stella Rodrigues Publicado em 22/08/2016, às 12h20 - Atualizado às 12h33
É pior do que abordar futebol ou política, temas que você não deve levar para o almoço de domingo em família sem estar preparado para, no mínimo, uma bela discussão. Com 20 capítulos, a minissérie Justiça, que estreia na Globo em agosto, traz quatro histórias paralelas que têm em comum o debate acerca de “o que é justo” diante de situações moralmente ambíguas, que no programa irão envolver omissão de socorro, eutanásia, drogas e estupro.
Seguindo o mote de seus trabalhos anteriores, o diretor José Luiz Villamarim (O Canto da Sereia, Amores Roubados, Mad Maria), que assina a direção artística, Justiça vai na contramão da dicotomia vilão-mocinho já tão conhecida das novelas – apesar das premissas de todos os núcleos soarem bastante novelescas. Encontramos esses personagens sete anos depois do momento que mudou a vida deles. Os protagonistas saem da cadeia após cumprirem suas respectivas penas. Vicente (Jesuíta Barbosa) sinou a noiva (Marina Rui Barbosa), e a mãe dela (Débora Bloch) não se conforma em vê-lo solto e crê que a única saída possível é matá-lo. Inocente, Fátima (Adriana Esteves) foi presa por tráfico quando Douglas (Enrique Diaz) plantou drogas na casa dela. Drogas também arruínam a vida da jovem Rose (Jéssica Ellen). Ela é presa com os entorpecentes dos amigos, que a deixam levar
a culpa.
Por fim, Cauã Reymond, que vive Maurício, está no centro da história mais polêmica. A esposa dele, a bailarina Beatriz (Marjorie Estiano), é atropelada, e o motorista (Antonio Calloni) foge sem prestar socorro. Ela acaba tetraplégica e Maurício, então, atende ao pedido desesperado da mulher de pôr fim à vida dela.
“Todos os temas da minissérie me tocam de alguma forma, mas me sensibilizo mais com a minha trama, por estar vivendo essa história por meio do personagem”, reflete Reymond. “É uma situação muito triste. Se acontecesse comigo, não saberia como agir”, diz ele, que afirma que o único personagem que não vê em uma “área cinza” ética e moral é o político interpretado por Antonio Calloni.
Marjorie, por sua vez, não aponta culpados e crê que a beleza do projeto é providenciar situações que vão criar reflexões distintas em pessoas com experiências de vida bastante diversas. “O que mais me arrebata na série, indo além de cada enredo, é esse desconcerto que ela promove”, afirma. “Ela coloca o certo e o errado dentro de um contexto. Aquilo que é supostamente o correto passa a ser um ponto de vista.”
Os dois atores enxergam a forma como o roteiro foge de soluções simples para os dilemas como uma saudável fuga do modelo tradicional de dramaturgia.
“As novelas ficam muito tempo no ar, o que faz com que o público tenha uma noção de como a trama se desenrola. As séries brasileiras, norte-americanas e europeias, de forma geral, vêm propondo algo diferente, que permite aprofundar os personagens mais do que em um longa-metragem”, analisa Reymond. Escrita por Manuela Dias, com a colaboração de Mariana Mesquita, Lucas Paraizo e Roberto Vitorino, Justiça chega para relativizar algumas ideias que pareciam escritas em pedra na TV, e que muitas vezes não refletem a vida real.
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