Cineasta, preso desde setembro, deve pagar o equivalente a R$ 7,8 milhões para ficar em prisão domiciliar
Da redação Publicado em 25/11/2009, às 21h21
O diretor franco-polonês Roman Polanski deve deixar a cadeia em breve. O pedido da autorização de libertação do cineasta sob fiança foi aceito pelo Tribunal Penal Federal de Bellinzone, no sul da Suíça. Para sair da cadeia, ficar em prisão domiciliar e ser monitorado eletronicamente, Polanski deverá desembolsar o equivalente a R$ 7,8 milhões (€ 3 milhões).
Preso desde 26 de setembro na Suíça, sob acusação de ter tido relações sexuais com uma garota de 13 anos em 1977, Polanski deve se isolar em um chalé que mantém no vilarejo de Gstaad. O imóvel chegou a ser oferecido à Justiça como pagamento da fiança, mas o pedido foi negado por não se enquadrar nas leis suíças. A Justiça havia alegado que a fiança não era viável devido à possibilidade de fuga do réu.
Ainda é preciso esperar para saber se o Ministério da Justiça vai, oficialmente, apelar da decisão. No entanto, isso não deve acontecer: na noite desta quarta, 25, a ministra Eveline Widmer-Schlumpf afirmou que não vê motivos para se opor à decisão do Tribunal Penal Federal. O órgão afirma que aceitou o pedido de pagamento de fiança por acreditar que o valor representa uma boa parte da fortuna de Polanski, e "devido à idade avançada, ele provavelmente não terá a possibilidade de acumular novamente uma quantia semelhante", reportou a agência de notícias France Presse.
Roman Polanski fugiu dos Estados Unidos em 1978, pouco depois de ser acusado. O cineasta só pôde ser preso em Zurique (ele foi detido durante uma cerimônia em que receberia uma homenagem pelo conjunto de sua obra) porque a Suíça mantém um acordo de extradição com os EUA.
A libertação de Polanski não vai interferir na possibilidade do diretor ser julgado na terra do Tio Sam: ele aguardará, enquanto estiver em prisão domiciliar, a decisão sobre a sua extradição.
O cineasta é responsável por filmes como O Bebê de Rosemary, Chinatown e O Pianista. Por este último, foi agraciado com o Oscar em 2003 - não foi buscá-lo, porém, com receio de ser preso. Recentemente, Robert Harris, o roteirista de The Ghost, projeto no qual Polanski trabalhava quando foi preso, afirmou que o diretor terminaria o filme de dentro da prisão.
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