Kanye West fez show de duas horas do SWU - kanye west

Kanye West leva sua grandiosidade ao SWU

Pirotecnia, dançarinas e épicos de 15 minutos deram ar de musical da Broadway ao show do rapper, no palco Consciência

Bruno Raphael Publicado em 13/11/2011, às 00h03 - Atualizado às 02h44

Com dez minutos de atraso, teve início a apresentação de Kanye West no SWU Music and Arts Festival. Antes de subir ao palco Consciência por volta das 21h40, o rapper esperou por uma introdução grandiosa de três minutos, com música orquestrada e dançarinas fazendo uma coreografia vestidas com plumas. Assim se pode definir a maior parte do show.

"H.A.M.", parceria de Kanye com Jay-Z, abriu o repertório, seguida de "Dark Fantasy" e "Power", do disco My Beautiful Dark Twisted Fantasy (2010). Com samples de "21st Century Schizoid Man", do grupo de rock progressivo King Crimson, o rapper ganhou a plateia logo de saída. A pirotecnia e os efeitos de fumaça também ajudaram, dando a impressão de que aquilo não era apenas um show - era uma produção digna de um musical da Broadway.

Homem de poucas palavras, Kanye West preferiu dizer tudo que queria por suas músicas. Parando vez ou outra pra deixar o público cantar, o rapper sorria ao assistir o espetáculo que a plateia produzia com pequenos bastões de neon verdes que iluminavam o Parque Brasil 500. "Monster", outra de seu último álbum, perde um pouco da força sem os versos de Nicki Minaj e Jay-Z.

Emendando uma canção na outra, Kanye só fez uma pausa para o início de seu "ato 2" - sim, o show dele é dividido em duas partes. Talvez devido a isso, o público ficou disperso em canções como "Love Lockdown" e "Say You Will", baladas que não tinham o apelo de agitar tanto o público. Com "Heartless", no entanto, Kanye conseguiu a atenção de todos novamente.

Ao vivo, o Auto-tune na voz do rapper é tão presente quanto em estúdio. Canções como "Homecoming" e "Through the Wire" comprovam isso. Para provar que tem voz, ele dispensa o uso do programa em "Touch the Sky" e "Gold Digger", duas das mais cantadas no "ato 2".

"All of the Lights", a que mais fez o público cantar, contou ainda com uma participação especial que durou pouco mais de 30 segundos. A cantora Fergie, do Black Eyed Peas, subiu tão rápido ao palco para cantar o refrão da música que o ouvinte mais desatento pode ter achado que aquilo foi mais um sample do show.

A maior virtude do show de Kanye é também seu maior defeito. No auge de sua grandiloquência, ele dá ao público uma versão de 15 minutos da música "Runaway", um dos pontos altos de My Beautiful Dark Twisted Fantasy, após a rendição de "Stronger", versão de "Harder, Better, Faster, Stronger", do Daft Punk. Cansativa, "Runaway" foi o estopim para o êxodo da plateia.

Quando "Lost in the World" e "Hey Mama" vieram, o público já se dirigia ao Palco Energia para ver o show do Black Eyed Peas. Tranquilo e com a sensação de papel cumprido após duas horas de show, Kanye deu as mãos aos seus músicos e dançarinas e se despediu do SWU.

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