Cheia de sucessos, a colorida ópera-rap Brilhando no Escuro acompanha jornada do músico em planeta perdido
Por Artur Tavares Publicado em 23/10/2008, às 17h15
21h. O relógio marca o início das atividades da arena de eventos do Tim Festival paulistano, montada no Parque do Ibirapuera. Se o rapper norte-americano Kanye West tivesse entrado para mostrar o espetáculo Brilhando no Escuro no horário marcado, tocaria para pouco mais de quinhentas pessoas. O DJ ainda discotecou o melhor do hip-hop norte-americano por mais quarenta minutos, enquanto o público começava a se apertar na frente do palco construído especialmente para a apresentação, com telão e morros que imitavam o terreno de um planeta distante do nosso.
As luzes repentinamente se apagam, e a introdução de "Stronger" lentamente começa a tocar, dando início a opera-rap de West. Na história contada ao longo da apresentação, West caiu sozinho em um planeta desconhecido com sua nave, a simpática voz robótica Jane, enquanto estava em missão espacial. Quando se acendem, as luzes mostram o músico deitado no centro do palco. Jane lhe pede para levantar, e "Good Morning" começa a ser tocada.
Após as primeiras rimas, luzes roxas iluminam o palco. No telão, a nave de West segue por um túnel cheio de altos e baixos. O produtor canta "I Wonder". Por toda a apresentação, seguiu misturando músicas de seu mais recente álbum, Graduation (2007), com outros sucessos de sua carreira. Em seguida, embalou "Heard Em Say" acompanhado de explosões na tela. "Thru the Wire" veio com tambores, fazendo o público acompanhar com palmas toda a canção. As luzes passam por todas as cores, mas o amarelo, azul e vermelho aparecem mais.
West não deixou que fotos ou vídeos fossem feitos durante toda sua apresentação. Os fotógrafos designados pela produção do festival só puderam fazer cinco fotos de toda ópera-rap. Por mais coloridas que fossem, as luzes do palco trataram de esconder o rapper por todo o show.
Voltou à Graduation com "Champion", e depois cantou "Get Em High" com voz engrossada através de um sintetizador. O espetáculo colorido de West começou a esquentar com labaredas de fogo saindo de debaixo do palco. Ao fim da música, as chamas vermelhas se tornaram azuis, como em um passe de mágica.
As luzes se apagaram enquanto um monstro ao estilo Godzilla era colocado no palco. Seus olhos vermelhos hipnotizaram West, que foi em direção à boca do predador. Foi engolido, mas voltou segundos depois com "Can't Tell Me Nothing", outra das músicas acompanhadas com fervor pela platéia.
Mesmo escondida, a banda de apoio de West se mostrou presente e muito sintonizada. Sem mesmo olhar para o músico, o grupo escondido em um fosso de orquestra tinha peso no baixo e ritmo na bateria. Coristas mulheres se mostraram presentes mais para o final da apresentação, quando tocaram a música "Don't Stop Believing", hit do Journey.
Quatro bolas azuis desceram ao palco durante a introdução de "Flashing Lights". Como um brinquedo Genius, piscavam em vermelho, uma de cada vez. O hit não fez tanto sucesso quanto "Gold Digger", que teve direito a faíscas douradas saindo do chão durante sua apresentação.
As bolas conversam com Kanye e o explicam que ele é a estrela mais brilhante do universo, e que só ele pode achar o caminho de volta para sua casa. Após "Good Life", conta a Deus sua agonia. Batidas repetidas anunciam o início de "Jesus Walks", que mais agradou a platéia. As coristas se fizeram presentes, repetindo em um mesmo tom "Jesus Walks With Me" enquanto a estrela rimava sobre a guerra contra o terrorismo e dançava, percorrendo toda extensão do palco.
A voz robótica Jane anuncia que é hora de Kanye "brilhar no escuro" e levá-los de volta para a Terra. A viagem de volta começa com "Stronger" e termina com "Touch the Sky". Em cima de uma plataforma que se levantou do palco, West acaba o primeiro trecho da apresentação.
As luzes se apagam e o rapper é ovacionado por dois minutos, ainda em pé em cima da plataforma. Rapidamente, troca de roupas, e com um paletó chega a Terra. Toca "Homecoming", com samplers da voz de Chris Martin, do Coldplay. "Touch The Sky" volta, enquanto West conversa frio com a platéia. Explica que tenta apresentar sempre o melhor show para seu público, por considerar que a audiência está pagando por realmente gostarem da obra de arte que estão assistindo. Pede licença para apresentar uma música de seu novo álbum, 808's & Heartbreak, ainda não lançado. Ovacionado, toca "Love Lockdown".
E, no fim da música, sai pelo lado direito do palco, sem se despedir. Ainda sem entender se o músico voltaria ou não, a platéia demora para começar a aplaudir. Depois, percebe que a apresentação acabou, e lentamente sai empolgada pelo espetáculo que acabou de assistir.
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