“To Pimp a Butterfly estava falando sobre o problema”, o rapper disse em uma entrevista. “Estou em um lugar agora em que não estou mais falando do problema”
Rolling Stone EUA Publicado em 02/03/2017, às 12h39 - Atualizado às 14h15
Kendrick Lamar deu pistas sobre a direção “urgente” e espiritual que está seguindo no próximo disco, a sequência do aclamado To Pimp a Butterfly (2015), em uma entrevista ao The New York Times.
“Eu acho que agora, do jeito instável que as coisas ficaram nos últimos meses, meu foco vai voltar à minha comunidade e às outras comunidades ao redor do mundo, onde eles estão fazendo o trabalho fundamental”, ele disse. “To Pimp a Butterfly estava falando sobre o problema. Estou em um lugar agora em que eu não estou mais falando do problema. Estamos em uma época em que excluímos um grande componente dessa coisa chamada vida: Deus. Ninguém fala sobre isso porque quase entra em conflito com o que está acontecendo no mundo quando você fala sobre política e governo e o sistema.”
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A publicação visitou Lamar durante uma sessão de estúdio em Santa Monica, no estado norte-americano da Califórnia. Apesar de o rapper hesitar na hora de detalhar a nova direção musical, ele falou em analogias crípticas sobre o pensamento lírico dele neste momento. Em particular, ele se focou na ideia de ser um pai um dia e como ele lidaria com o amadurecimento da filha ao longo dos anos.
“Um dia, eu posso ter uma garotinha”, ele disse. “Ela vai crescer. Ela vai ser uma criança que eu vou adorar – eu sempre vou amá-la, mas ela vai chegar no ponto de começar a vivenciar as coisas. E ela vai dizer e fazer coisas com que você pode não concordar, mas é a realidade da coisa e você sabe que ela sempre vai chegar nesse ponto. E é perturbador. Mas você tem que aceitar. Você tem que aceitar, e você tem que ter suas próprias soluções para descobrir como lidar e reagir a isso.”
“Quando eu digo ‘garotinha’, é uma analogia sobre aceitar o momento em que ela cresce”, ele continuou. “Nós amamos mulheres, gostamos da companhia delas. Em algum momento, eu posso ter uma garotinha que vai crescer e me contar sobre o envolvimento dela com uma figura masculina – as coisas que a maioria dos homens não quer ouvir. Aprender a aceitar isso, e não a fugir, é esse sentimento que eu quero que esse disco passe.”
No ano passado, Lamar lançou a compilação untitled unmastered, com oito demos não finalizadas das sessões de Butterfly. Apesar de ser um trabalho em progresso, o disco chegou ao topo das paradas.
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