Uma semana antes de ser oficialmente acusado de má conduta sexual, Weinstein recorreu ao ex-colega de trabalho
Redação Publicado em 03/10/2019, às 10h18
O cineasta, ator e roteirista de quadrinhos norte-americano Kevin Smith disse que "se sentiu enjoado" quando descobriu as acusações de abuso sexual contra o produtor Harvey Weinstein, que o havia chamado na semana anterior para lhe pedir um favor.
Smith e Weinstein trabalharam juntos em produções como O Balconista (1994), Dogma (1999), O Balconista 2 (2006) e Pagando Bem, Que Mal Tem? (2008). Veja abaixo.
Harvey Weinstein e Kevin Smith em 2008 (Foto: AP Photo/Matt Sayles)
Durante uma entrevista para o site Business Insider, Smith revelou que, uma semana antes do jornal The New York Times publicar uma matéria acusando Weinstein de má conduta sexual (a qual ele sempre "negou inequivocamente"), o produtor lhe telefonou de repente.
"Eu disse: 'Ei, como vai?' E ele disse: 'Sabe, nós temos [o filme] 'Dogma', e eu acabei de perceber que precisamos divulgá-lo novamente", contou o cineasta.
E continuou: "Eu respondi: 'Nós precisamos mesmo! As pessoas sempre perguntam onde podem obtê-lo.' E ele respondeu 'Sabe, esse filme teve um grande elenco, podemos até fazer uma sequência.' E eu fiquei tipo 'Sim, cara, eu posso pensar sobre isso.' E ele disse: 'Vamos conversar!' Uma semana depois, a história do New York Times é revelada. Eu me senti mal."
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Smith também revelou que, ao conversar com integrantes da equipe Miramax, co-fundada pelos irmãos Weinstein, Harvey e Bob, ele percebeu que não havia sido o único a quem Weinstein havia recorrido.
"Ele estava começando a rondar as possibilidades", afirmou. "Ele queria saber quem ainda era parceiro, porque a vida dele estava prestes a mudar completamente. E eu costumava ser um cara que o defendia. Até escrevi um artigo para a Variety dizendo o quão bom ele é como produtor enquanto as pessoas diziam 'Harvey perdeu o jeito'."
"Existem pessoas que são as verdadeiras vítimas aqui, mas, sendo honesto, senti como se alguém estivesse usando algo que eu ama para provocar uma reação em mim", concluiu o cineasta.
Weinstein foi acusado de estupro, abuso e má conduta sexual por mais de 80 mulheres. Liberto sob uma fiança de US$ 1 milhão, ele concordou em usar um monitor eletrônico e render seu passaporte. O julgamento está marcado para janeiro de 2020.
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