Hugh Harris fala sobre o mais recente disco da banda, com elementos da música eletrônica, e confirma shows no Brasil em 2012
Bruno Raphael Publicado em 14/12/2011, às 13h55 - Atualizado às 22h03
A segunda passagem do Kooks pelo Brasil está próxima. Em entrevista à Rolling Stone Brasil, o guitarrista Hugh Harris (à direita na foto, ao lado do vocalista Luke Pritchard) confirmou que a banda britânica deve se apresentar no país em março ou abril de 2012. "Eu amei São Paulo, mas também queremos ir para o Rio dessa vez, pois nunca estivemos lá", disse o músico, revelando um apreço pela cidade. "Não sei muita coisa sobre música brasileira, mas eu praticamente danço samba! [risos]"
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O primeiro e único show da banda no país foi em junho de 2009, durante a turnê do álbum Konk (2008), antecessor do recente Junk of the Heart, que chegou às lojas em setembro e flerta com a música eletrônica. A mudança de sonoridade, na opinião de Harris, foi apenas uma forma de modernizar o som da banda. "Nós queríamos manter nossas raízes como uma banda, com melodias e boa composição, mas queríamos trazê-las para uma era moderna", afirmou o guitarrista, que acrescentou ter tirado inspiração de nomes como Daft Punk e a cantora Lykke Li no processo de composição de Junk of the Heart. "Estamos sempre olhando para o futuro, não gostamos de ficar presos ao passado."
A mudança sonora do Kooks, entretanto, não foi bem vista por todos. O semanário britânico NME, que foi um dos entusiastas da banda na época do debute Inside In/Inside Out (2006), hoje afirma que a banda "não tem mais certeza de qual é o seu propósito" dentro da música.
"Isso não é verdade", discorda Harris. "Acho que sabemos exatamente qual é o nosso propósito e o que queremos fazer. Este álbum está aberto a muitos pensamentos, por isso temos sons tão diferentes. Temos 'Runaway', que é quase um dubstep com um groove eletrônico, e 'Time Above the Earth', que é estranha, porque, além de tudo, nela eu também sou vocal. É um álbum diverso e isso é o que o torna excitante."
Harris reforça a ideia de que Junk of the Heart é uma evolução em relação a Inside In/Inside Out e Konk ao citar o tempo que o disco demorou para ser gravado (foram três anos sem músicas inéditas). Ele diz que a banda teve um processo diferente de produção e composição, focando muito mais em detalhes, como incluir sintetizadores em uma canção ou outra. "Não precisaríamos fazer algo do tipo, mas viemos trabalhando e pensando nisso há muito tempo para soar sincero", desabafa o músico. "Demorou mais tempo porque precisamos fazer isso com mais paciência do que no Konk. Podíamos passar um dia inteiro no estúdio e talvez não acontecer nada naquele dia. Prestamos muito, muito mais atenção nos detalhes dessa vez."
Mas, aparentemente, o que importa de verdade é poder continuar trabalhando e levando a música do Kooks a vários lugares do mundo. "É a melhor coisa no mundo", ele afirma, animado. "Sinto que nossa música está sendo conectada nesse planeta gigantesco. Isso nos faz ter um sentido na vida. É a coisa mágica a respeito de música."
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