Brittany Spanos Publicado em 20/02/2017, às 13h10 - Atualizado em 04/04/2018, às 20h42
Kurt Cobain, vocalista, guitarrista e compositor do Nirvana, cometeu suicídio com um tiro na cabeça em 15 de abril de 1994, aos 27 anos. Durante a carreira, Cobain virou um fenômeno internacional, tendo se transformado não apenas no mais proeminente representante do grunge de Seattle como também em um ícone para toda uma geração. Ele era a antítese de todos os astros do rock que surgiram antes, um artista que parecia odiar a própria fama enquanto usava sua voz para defender o feminismo, os direitos dos gays e a autenticidade do punk old school.
Em homenagem ao legado de Cobain, que se tornou ainda mais forte desde sua morte, selecionamos 12 frases que representam a sabedoria e as crenças dele.
“Eu sou um babaca niilista na metade do tempo. Tem vezes que sou sarcástico pra caralho e aí outras vezes em que ainda assim sou vulnerável e muito sincero. Basicamente é assim que todas as minhas músicas surgem – de uma mistura desses dois lados, e é basicamente como são as pessoas da minha idade. Eu continuo tão puto quanto antes com as coisas que me deixavam puto há alguns anos. Estou puto com tudo em geral, então todas essas músicas são basicamente sobre minha batalha contra as coisas que me deixam puto.”
Come as You Are: The Story of Nirvana, por Michael Azerrad
“A maioria das músicas é bastante pessoal no sentido das emoções e das experiências que tive em minha vida, mas a maior parte dos temas nas músicas não são assim tão pessoais. São mais histórias da TV, de livros ou filmes ou de amigos. Mas definitivamente a emoção e os sentimentos são meus.”
Rolling Stone EUA, 1992
“A essa altura tenho um pedido para os nossos fãs. Se um de vocês de alguma maneira odeia homossexuais, pessoas de outras raças ou mulheres, por favor – nos deixe em paz! Não vá aos nossos shows e não compre nossos discos.”
Mensagem no encarte de Incesticide
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“Eu costumava ouvir Aerosmith e Led Zeppelin, e realmente gostei de muitas melodias que escreveram, mas levei anos para perceber que muito do que faziam tinha a ver com sexismo – o modo como eles simplesmente escreviam sobre seus pintos e sobre transar. Eu estava começando a entender o que de fato me deixava tão puto nos últimos anos de ensino médio. E aí conheci o punk rock e tudo fez sentido. Se encaixou como um quebra-cabeça. Expressava o modo como eu me sentia, social e politicamente. Era a raiva que eu sentia. A alienação.”
Blank on Blank, 1993
“Eu definitivamente me sinto mais próximo do lado feminino do ser humano do que do masculino (ou da ideia norte-americana do que um homem deve ser). Assista a um comercial de cerveja e você vai entender do que estou falando.”
Rolling Stone, 1992
“Pelo fato de que eu não conseguia achar amigos homens com quem me sentisse compatível, eu saía muito com meninas. E sempre senti que elas não eram tratadas com respeito, porque as mulheres são totalmente oprimidas. Quero dizer, as palavras bitch [algo como vadia] e cunt [vagabunda ou boceta, dependendo do contexto] eram muito comuns.”
Blank on Blank, 1993
“Temos esse conflito entre o bem e o mal e homens e mulheres porque há pessoas fazendo maldades com outras sem nenhum motivo, e eu simplesmente quero encher essas pessoas de porrada. Mas, em vez disso, tudo o que eu posso fazer é gritar ao microfone.”
Come as You Are: The Story of Nirvana, por Michael Azerrad
“Acho que o rap é a única forma vital de música que surgiu em muito tempo desde o punk rock. Eu nunca faria rap. Não. Simplesmente não faria sentido. Eu me sinto ofendido quando vejo gente como o Vanilla Ice. Os brancos já roubaram os negros por muito tempo. Eles deveriam deixar o rap para os afro-americanos, porque eles fazem rap muito bem e porque é vital para eles.”
Billboard, 1991
“Não acho que Courtney e eu sejamos tão fodidos assim. Tivemos uma lacuna de amor durante nossas vidas inteiras, e sempre precisamos tanto de amor, que se temos alguma meta, é dar a Frances tanto amor e suporte quanto pudermos. Essa é uma coisa que eu sei que não vai dar errado.”
Rolling Stone EUA, 1994
“Eu nem ligo para banda tanto quanto ligava antes. Eu sei que isso é uma merda, mas a banda era a única coisa que era importante para mim, e agora eu tenho uma esposa e uma filha. Ainda amo a banda, mas não é a única coisa para a qual eu vou viver.”
Spin, 1992
“Até cheguei a pensar que eu era gay. Achei que isso poderia ser a solução para o meu problema. Embora eu nunca tenha experimentado, eu tinha um amigo gay e aí minha mãe impediu a amizade, porque ela é homofóbica. Foi devastador, porque finalmente eu tinha encontrado um amigo homem que eu podia abraçar e demonstrar afeto, e conversávamos sobre um monte de coisas.”
Blank on Blank, 1993
“Eu espero não me tornar tão feliz a ponto de ficar chato. Acho que sempre serei neurótico o bastante para fazer coisas estranhas.”
Rolling Stone EUA, 1994
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