- J.K. Rowling em tapete vermelho (Foto: Getty Images)

Lançamento de J.K. Rowling desperta (mais uma) polêmica sobre racismo e transfobia

Chamado de 'The Ink Black Heart', o novo romance de J.K. Rowling gerou mal estar por paralelos com transfobia da própria autora

Redação Publicado em 01/09/2022, às 18h00

Conhecida por criar o mágico universo de Harry Potter, J.K. Rowling lançou um livro recentemente e a obra tem gerado diversas polêmicas. Acontece que, de acordo com a Rolling Stone internacional, o romance narra a misteriosa morte de uma artista que, na trama, foi criticada por internautas após posicionar-se de forma racista, capacitista e transfóbica.

Intitulado The Ink Black Heart, o novo livro de Rowling é o sexto da série de suspense policial Cormoran Strike. Ambientados em um mesmo universo, todos os seis romances trazem casos misteriosos, que a autora assina sob o pseudônimo de Robert Galbraith.

Na nova trama, tudo começa quando a ilustradora Edie Ledwell publica uma animação contraditória em seu canal no Youtube. O cartoon, que representa uma minhoca hermafrodita, é rapidamente questionado nas redes sociais, conforme críticos e até fãs de Edie o identificam como racista, capacitista e transfóbico, segundo a Rolling Stone EUA.

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Começa, então, uma espécie de perseguição contra a ilustradora, que encontra fotos de sua casa espalhadas pela internet, onde também recebe ameaças de morte e de abuso por, supostamente, “ter uma opinião” impopular. Um dia, Edie Ledwell é encontrada morta a facadas em um cemitério e o detetive Robin Ellacott começa a investigar o caso.

Com tal enredo, o novo livro de Rowling e sua temática viralizaram nas redes sociais, principalmente pelas semelhanças com a vida da própria autora — que já curtiu tuítes que classificavam mulheres trans como “homens de vestido” e chegou a escrever uma declaração em 2020, dizendo estar “preocupada com o novo ativismo trans”.

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Isso porque, ainda de acordo com a Rolling Stone EUA, a trama de The Ink Black Heart — que ainda não tem título em português, nem data para chegar ao Brasil — critica os “guerreiros da justiça social”, sugerindo que Edie Ledwell foi apenas a vítima de “uma campanha de ódio magistralmente tramada e politicamente alimentada contra ela”.

Para internautas que acompanham e problematizam os posicionamentos de J.K. Rowling, então, pareceu óbvio que o livro foi inspirado nas críticas que a autora recebeu após as polêmicas que protagonizou. Em entrevista a Graham Norton, no entanto, a escritora deixou claro que o romance não foi inspirado na realidade.

Devo deixar bem claro, depois de algumas das coisas que aconteceram no ano passado, que o livro não está retratando [as polêmicas]. Eu escrevi o livro antes que certas coisas acontecessem comigo online. Eu disse ao meu marido: 'Acho que todo mundo vai ver isso como uma resposta ao que aconteceu comigo', mas realmente não foi.”

O problema é que, por mais que J.K. Rowling afirme que “o primeiro rascunho do livro foi concluído no momento em que certas coisas aconteceram”, tal versão dos fatos não tem conquistado internautas e críticos da autora — que continuam pontuando as muitas semelhanças entre a história de Edie Ledwell e da própria criadora de Harry Potter.

+++LEIA MAIS: J.K. Rowling zomba de publicação em prol da comunidade LGBTQ+; entenda

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