"Vou dar música de graça. Mas eu decido quando, onde e como", diz baterista
Da redação Publicado em 22/09/2008, às 16h01
Em meados do ano 2000, o Metallica travou uma das batalhas mais marcantes dos últimos anos no mundo da música. O baterista Lars Ulrich e seus companheiros de banda abriram uma ação judicial contra o Napster (programa pioneiro de compartilhamento gratuito de músicas na internet) por disponibilizar faixas do Metallica sem permissão.
Ulrich lembrou o episódio em uma entrevista ao site da Rolling Stone EUA, afirmando que ao contrário do que diz uma maioria, a grande questão do processo não foi o dinheiro. "Nove em 10 pessoas afirmam que foi por causa de dinheiro. Não foi. Foi por causa do controle. "Vou dar música de graça. Mas eu decido quando, onde e como", declarou.
O baterista fez questão de enfatizar que a briga com o Napster (que culminou no fechamento dos servidores do programa em 2001) não era relacionada ao fato de os internautas baixarem os arquivos sem pagar nada por isso. "A gente comia saladas por US$2,99 no Burger King em 1983. Dinheiro não importava. Não existe um apego quanto a isso. () E eu acabei ficando como o baterista dinamarquês ganancioso por causa dessa história".
Neste ano, o Metallica realizou inúmeras estratégias para mostrar que não era um inimigo da internet. Criou um portal de acompanhamento do processo criativo do novo disco (Death Magnetic, que em uma semana após o lançamento alcançou o topo das paradas dos EUA), permitindo audições das novas faixas e downloads gratuitos de shows.
Maior gafe da música
A união de artistas, gravadoras e instituições ligadas à proteção de direitos autorais, encabeçada pelo Metallica, contra o Napster, foi a maior gafe do mundo da música, dizem especialistas. O programa foi extinto à época (hoje funciona de forma semelhante ao iTunes, vendendo downloads de arquivos musicais), mas seu sucesso estimulou o surgimento de inúmeros outros programas de compartilhamento gratuito de arquivos.
Para os que fazem essa afirmação, a melhor saída teria sido uma união dos que se sentiam lesados a Shawn Fanning, criador do Napster: assim, poderia ter sido criada uma alternativa positiva para ambos os lados, a fim de impedir o crescimento de downloads ilegais.
Hoje, o vazamento de músicas inéditas e os downloads sem pagamento de direitos autorais continuam a todo vapor na rede.
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