Os documentários abordam desde eventos polêmicos da carreira de grandes artistas até a trajetória completa de vida deles
Julia Harumi Morita Publicado em 08/12/2019, às 11h00
A arte de produzir um bom documentário não é para todos. Reconstruir trajetórias de vida e momentos cruciais de alegria ou tristeza a partir de fragmentos da vida real, sem auxílio das ferramentas dramáticas da ficção, é uma tarefa complexa e pode facilmente transformar um grande evento em acontecimento qualquer capaz de desinteressar o espectador em pouco tempo.
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Se por um lado existem produções ruins, por outro, existem inúmeros documentários excelentes sobre música que foram lançados entre os anos de 2010 e 2019. Produções como Amy e Leaving Neverland , que exploram polêmicas e perspectivas, até então, pouco retratadas na mídia.
Para escolher os principais documentários sobre música de cada ano da década de 2010, levei em consideração alguns quesitos, como a repercussão na mídia, a avaliação pela crítica ou reconhecimento em festivais cinematográficos. Confira:
O documentário, dirigido por Scot McFayden e Sam Dunn, narra os 42 anos de trajetória da banda Rush por meio de relatos dos integrantes, Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart, e de celebridades como Gene Simmons, Billy Corgan e Jack Black.
A produção possui 90% de aprovação no Rotten Tomatoes e ganhou o Prêmio de Audiência no Tribeca Film Festival. Além disso, a obra foi definida pela diretora-executiva da cerimônia como um retrato íntimo e energético de uma das mais prolíficas bandas de rock.
Neste documentário a vida do ilustre George Harrison é retratada por ninguém menos do que Martin Scorsese. O diretor explora as particularidades da vida do ‘Beatle quieto’ desde as performances estrondosas dos Beatles à relação de paz com o Hare Krishna e o desapego material.
Com 86% de aprovação no Rotten Tomatoes, o filme é descrito pelo The New York Times como uma obra cativante e bonita, que faz as três horas e 28 minutos passarem rápido pela tela.
Em 2012, foi lançado o último documentário do lendário Nelson Pereira dos Santos, que foi um dos representantes do Cinema Novo no Brasil, nos anos 1960 e 1970. O filme retrata a carreira bem-sucedida de Tom Jobim e mostra as influências da música erudita nas composições do músico.
Além disso, o longa-metragem conta com performances de “Garota de Ipanema” e “Insensatez” feitas por Vinicius Moraes, Frank Sinatra e Judy Garland.
The Punk Singer conta a história de Kathleen Hanna, vocalista do Bikini Kill e líder do movimento feminista Riot Grrrl, nos anos 1990. O documentário dirigido por Sini Anderson acompanha a trajetória da artista desde a faculdade até os palcos, onde o ativismo da cantora alcançou o auge da repercussão.
O longa, que possui 91% de aprovação no Rotten Tomatoes, vai além da carreira musical e também explora os conflitos da vida pessoal da cantora, como a descoberta da doença de Lyme, que foi diagnosticada já na fase final. O marido de Kathleen, o integrante do Beastie Boys, Adam Horovitz, também aparece e é responsável por filmar algumas das cenas mais delicadas do filme.
Heaven Adores You retrata a história de vida do músico Elliot Smith, que foi tragicamente morto por uma facada no peito aos 34 anos. O compositor teve o auge da fama com a música “Miss Misery”, que compôs a trilha sonora do filme Gênio Indomável e foi indicada ao Oscar na categoria Melhor Canção Original.
Com 82% de aprovação no Rotten Tomatoes, o filme cria uma narrativa por meio dos próprios relatos e entrevistas do músico. Segundo o The Guardian, a produção mostra um lado frágil e romântico do cantor ao desconstruir a imagem problemática e depressiva conhecida pela mídia.
Esta produção mostra um lado pouco conhecido de Amy Winehouse: uma mulher com traumas familiares que só queria ser amada e foi transformada pela mídia em uma caricatura distorcida de uma estrela caótica, viciada em álcool e drogas, que morreu aos 27 anos.
O documentário dirigido por Asif Kapadia, possui 95% de aprovação no Rotten Tomatoes e recebeu a estatueta do Oscar e do Brit Awards de Melhor Documentário.
Gimme Danger é um retrato passional da trajetória musical da banda de protopunk, The Stooges. O diretor Jim Jarmush relembra o início, auge e decadência do grupo que levou Iggy Pop ao estrelato por meio de entrevistas atuais com os personagens da no longa-metragem.
O filme recebeu 94% de avaliação no Rotten Tomatoes e foi descrito pelo The Washington Post como uma narrativa agridoce e triste de um mundo que não possui mais tantos espíritos anarquistas, mas ainda conta com o lendário Iggy Pop.
A vida pessoal e profissional do produtor e compositor Avicii virou o tema do documentário de Levan Tsikurishvili após o músico declarar que não iria mais se apresentar ao vivo para se dedicar aos projetos pessoais e à saúde física e mental.
O filme acompanha a exaustiva rotina do DJ durante quatro anos de turnê, além de mostrar o processo de produção dos hits “Wake Me Up” e “Hey Brother”. Com 83% de aprovação no Rotten Tomatoes, a produção estreou seis meses antes do músico ser encontrado morto em Mascate, no Omã, aos 28 anos de idade.
Dirigido por Alan Hicks e Rashida Jones, filha de Quincy Jones, homenageia a história de vida do célebre produtor musical responsável por sucessos de músicos como Louis Armstrong, Tony Bennett, Ray Charles, Aretha Franklin, Michael Jackson e Frank Sinatra.
Apesar de abordar superficialmente diversos momentos marcantes da carreira do artista - o que é compreensível se levarmos em consideração que 85 anos de vida são retratados em 2 horas e 4 minutos - a produção traz uma narrativa intimista sobre as batalhas pessoais e os rigorosos valores profissionais que transformaram Quincy Jones em um dos maiores nomes da música norte-americana.
2019 foi um ano próspero para os documentários de música e contou com as estreias de Homecoming, Look Mom I Can Fly e Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story. Contudo, com certeza, o filme que mais causou impacto na mídia foi a polêmica produção sobre Michael Jackson, Leaving Neverland.
Dirigido por Dan Reed, o longa-metragem denuncia os abusos sexuais contra menores de idade cometidos pelo cantor pop e traz como testemunha Wade Robson e James Safechuck, que contam detalhadamente como o músico conquistou a confiança dos pais deles para ter relações íntimas com os dois durante a infância e adolescência.
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