Lily Allen investe contra pirataria

Cantora britânica censurou apoio à troca de arquivos dado por artistas como Ed O'Brien (Radiohead) e Nick Mason (Pink Floyd)

Da redação Publicado em 15/09/2009, às 11h42

Lily Allen recriminou, no blog de seu MySpace, Ed O'Brien (guitarrista do Radiohead) e Nick Mason (baterista do Pink Floyd). Para a cantora londrina, não é nem um pouco legal ver os colegas "ricos e bem-sucedidos" saírem por aí defendendo a troca ilegal de arquivos.

"Acho que a pirataria na música está provocando um efeito perigoso na música britânica, mas alguns artistas realmente ricos e bem-sucedidos como Nick Mason, do Pink Floyd, e Ed O'Brien, do Radiohead, parecem não achar a mesma coisa", escreveu.

Allen - que se apresenta nesta quarta, 16, em São Paulo, e quinta, 17, no Rio - não vê com bons olhos a Featured Artists Coalition, coligação que se propõe a proteger os direitos dos artistas e da qual os músicos atacados fazem parte. "A [FAC] também diz que que compartilhamento de arquivos é bom, porque significa 'uma nova geração de fãs para nós'. Isso é ótimo se você é um grande artistas no fim de carreira, com pilhas de alguns para penhorar a uma nova audiência, mas artistas emergentes não têm esse luxo."

O recado, ao seu ver, é este: "Basicamente, a FAC está dizendo 'estamos bem, conseguimos, então compartilhar arquivos é bom, o que é apenas muito injusto com os novos nomes tentando emplacar na indústria".

Juntam-se a O'Brien e Mason, na coligação, artistas como Kate Nash, Fran Healy (vocalista do Travis), Dave Rowntree (baterista do Blur), Billy Bragg e Annie Lennox.

A reação da garota chega após publicação de uma matéria, na semana passada, no jornal Times, em que a FAC se posicionou contra projeto de lei que defende punições duras (como desconectar o usuário da rede) àqueles que baixarem arquivos ilegalmente no Reino Unido.

Ela elogiou sites como Spotify, que "nos dão acesso às novas músicas sem que precisemos abusar de alguém", já que "você pode escutar as faixas e ver se gosta delas antes de comprá-las". Há também, "obviamente", o MySpace, "que dispõe de músicas em streaming, ajudando artistas como eu conquistar fãs o suficiente para convencer gravadoras" a fechar contrato.

Allen faz questão de deixar claro que não passou para o outro lado da força. "Se isto soa como se eu tiver me aliando os donos de gravadoras, não estou. Eles têm sido inocentes e complacentes a respeito das novas tecnologias - e gastaram todo o dinheiro que ganharam nos próprios salários, e não no desenvolvimento da indústria."

"Vou escrever a artistas britânicos, para passar só esta mensagem: troca de arquivos não é legal. Precisamos achar novos caminhos para ajudar consumidores a acessar e comprar música legalmente, mas dizer que compartilhar arquivos é bom não está ajudando ninguém - e, definitivamente, não está ajudando a música britânica."

Outros ares

Dá até para aliar a insatisfação da jovem de 24 anos com os rumos da indústria fonográfica à recente informação de que ela pode dar um tempo na carreira musical para se dedicar a outros projetos. Ao tabloide The Sun, disse que poderia topar um papel no West End (equivalente londrino a Broadway).

Se o convite vingar, e parece que vai, Allen assumirá como protagonista em Reasons To Be Pretty, do dramaturgo e cineasta norte-americano Neil LaBute. A peça, que estreou em circuito off-Broadway no ano passado, fala da verdade inconveniente de um mundo que julga as mulheres com base na aparência física.

Em abril, a cantora ventilou a possibilidade de abandonar a música em breve, ao menos por uns tempos. No mês seguinte, veio o anúncio de que ela faria ponta numa novela australiana.

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