Lionel Richie cantou sucessos de sua carreira em apresentação em São Paulo, neste sábado, 28 - Marcos Hermes

Lionel Richie emociona público em show composto por hits

Na primeira apresentação do cantor no Brasil, romantismo tomou conta do Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, neste sábado, 28

Por Patrícia Colombo Publicado em 30/08/2010, às 15h55

"Teremos tudo nesta noite. Commodores, anos 80, anos 90, anos 2000", disse Lionel Richie na noite deste sábado, 28, durante sua apresentação em São Paulo, no Ginásio do Ibirapuera. "Demorei tanto para vir que agora não vou mais embora." O cantor está no país, pela primeira vez em sua carreira, com dois shows marcados (um na capital paulista e outro no Rio de Janeiro, neste domingo, 29) e, como afirmou no comentário acima, ganhou os corações da plateia com os sucessos das diversas fases de sua carreira - claro, com direito ao romantismo peculiar que caracteriza suas canções. Lionel Richie é simpatia e açúcar puro.

Com quase meia hora de atraso, o artista subiu ao palco ao som de uma vinheta com levada de música eletrônica que estabelecia uma mistura entre o hit "Hello" e "Gonna Make You Sweat (Everybody Dance Now)", dance noventista do C+C Music Factory. Se a entrada deu a entender que algo inesperado estava a caminho, foi a partir da primeira faixa, "All Around the World", que Richie deu a primeira prova de que o que seu público provavelmente aguardava estaria ali, sem surpresas: um repertório composto por hits, em versões que seguiam as originais, com a ausência de grandes experimentações. Para maior alegria por parte dos presentes, o cantor mostrou-se não só comunicativo, disposto e entrosado com os fãs e com a banda, como também dono de uma voz bastante conservada.

O Ginásio do Ibirapuera estava cheio, mas não lotado - uma das possíveis razões seriam os altos valores dos ingressos (as entradas iam de R$250 a R$ 650). Entre os pagantes, a maioria tinha mais que 40 anos, mas o comportamento não era muito diferente do que se vê, por exemplo, em shows de bandas de rock atuais. Gritos, mãos para cima enquanto o som rolava, palmas e animação. Era a turma que dançou, muitas vezes de rosto colado, as baladas lançadas por Lionel Richie lá na virada dos anos 70 para os 80 - e que tanto aguardaram pela vinda dele ao país. Décadas depois Richie decidiu dar as caras em solo nacional, dizendo, ao longo da noite, não compreender o porquê da demora. "Amo vocês", falou inúmeras vezes.

"Penny Lover", do premiado álbum Can't Slow Down (1983), foi a segunda faixa do show, com sax marcante. Na terceira música, gritos mais altos do público: Lionel Richie senta no piano e inicia um de seus maiores clássicos junto ao Commodores, "Easy". No telão instalado no palco, uma imagem clichê de uma borboleta em um campo florido completava a cena que trazia o cantor e sua banda, o coro da plateia e muitas cabeças emocionadas movimentando-se para a direita e para a esquerda acompanhando a cadência da música. No meio da faixa incluiu "My Love" e o resultado foram intensos aplausos no término. "Ballerina Girl" e "Running with the Night" (esta última com pegada mais rock, contando inclusive com solo de guitarra e com Lionel ao lado acompanhando na "air guitar") deram sequência. "Temos tantas músicas para hoje. Parece que precisaremos tocar a noite toda", comentou o bem humorado cantor, fazendo um trocadilho com a faixa "All Night Long". Apesar de ter parecido que esta seria a próxima canção, Richie executou a lenta "Still" no lugar, somente ele e seu piano, sem o acompanhamento dos demais integrantes. "Oh No" repetiu a dose, com a banda retornando no clássico "Stuck on You", que veio em seguida.

O setlist cheio de hits não contou com faixas de seu mais recente álbum Just Go, de 2009. "You Are", "Three Times a Lady" (Commodores), "Dancing On The Ceiling", "Sail On" (também do Commodores) empolgaram, assim como "Say You Say Me". "Fancy Dancer" e "Lady (You Bring Me Up)" trouxeram para a noite o lado funkeado do Commodores. "Endless Love" foi a próxima. Antes dela, Lionel Richie brincou que sua parceira Diana Ross - com quem canta na gravação original - não estava presente e pediu para que as mulheres assumissem o posto dela. Com imagens de corações no telão, a canção foi responsável por um dos trechos mais melosos da noite (contudo, vale dizer que, por se tratar de um hit dos grandes, o artista pecou em ter executado uma versão mais curta da faixa). Após o romantismo maior de "Endless Love", a suingada "Brick House", outra representante do Commodores, fechou o show no ápice - que ainda contaria com um bis marcante, composto por "Hello", novamente com Lionel no piano, e "All Night Long", encerrando a noite com levada caribenha, em clima de "fiesta".

Todavia, quando a apresentação parecia terminada, o cantor retornou ao palco e comentou que havia visto fãs carregando fotos suas junto a Michael Jackson, com quem trabalhou diversas vezes. Como forma de relembrar e homenagear o amigo cantou "We Are The World", composta por ambos em 1985 e lançada como single de caridade no projeto USA for Africa. Em uma apresentação cheia de hits, nada mais justo do que encerrar pra valer com um dos maiores clássicos dos anos 80.

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