Evento trouxe ótimas atrações, mas pecou em algumas questões logísticas
Redação Publicado em 01/04/2013, às 02h28 - Atualizado em 10/04/2014, às 19h16
Com reportagem de Pedro Antunes e Lucas Reginato
Chegou ao fim na noite deste domingo, 31, a segunda edição do Lollapalooza Brasil. O festival, que teve como headliners The Killers, The Black Keys e Pearl Jam, contou com ótimos shows, em geral, e com uma estrutura logística com muitos acertos, mas também com erros. Veja abaixo, em tópicos, o que chamou mais atenção, positiva e negativamente, durante a experiência Lollapalooza 2013.
Números
O Lollapalooza não conseguiu esgotar os ingressos em dois dos três dias. De acordo com dados da organização, os 60 mil lugares disponíveis para este domingo, 31, foram vendidos. Porém, o mesmo não aconteceu na sexta, quando 52 mil bilhetes foram vendidos, e no sábado, que teve 55 mil entradas comercializadas. Perry Farrell, criador do festival, falou à Rolling Stone Brasil sobre a crise no mercado de shows no país e os planos para o festival por aqui. Leia mais.
Lá dentro, foram mais de 85 horas de música e cerca de 80 atrações.
Filas
A grande questão logística do Lollapalooza 2013 foram as filas. Dentro, fora, para retirar ingressos, comprar ingressos, comer, beber, ir ao banheiro, elas foram um obstáculo para todas as atividades ligadas ao Lolla. Teve quem levasse toda a espera na boa, como parte da experiência. Mas haja espírito de festa para esperar tanto tempo debaixo de sol apenas para retirar o ingresso já pago – existiram relatos de filas de até duas horas (leia mais.). Ao início do segundo dia, a organização divulgou um comunicado afirmando que reforçaria o esquema de bilheteria e retirada de ingressos, mas as filas continuaram longas. Do lado de dentro, a principal reclamação era da dificuldade para usar os banheiros e o fato de que o tempo desperdiçado na fila para pegar as fichas de alimentação se repetia todos os dias, já que as fichas só eram válidas para o respectivo dia. Porém, no domingo, foi anunciado que quem “morreu com as fichas na mão” poderia trocá-las em qualquer guichê.
A respeito da fila do lado de fora, Leonardo Ganem, diretor-geral da Geo, empresa responsável pela produção do Lollapalooza no Brasil, explicou: “Isso se deveu a uma abertura do terceiro dia. O que não contamos é que no ano passado era só sábado e domingo, então as pessoas tiveram a sexta inteira para retirarem os ingressos. Como na sexta tinha show, teve um pico inesperado”.
“A gente dimensionou mal o número de banheiros”, continuou, sobre filas internas. “Foram 600 banheiros, colocamos mais 150 hoje [domingo, 31]. Como hoje esperamos um público maior, aumentamos o número de banheiros.”
Pontualidade
Foi raro ver algum show atrasando. E quando isso acontecia, o deslize não passava de alguns poucos minutos (como foi o caso do Killers, que atrasou 8 minutos), nada que atrapalhassem o andamento da agenda abarrotada de performances.
Transporte
As estações de metrô da região ficaram lotadas durante os horários de pico de chegada e saída, mas acabou se provando uma boa ideia usar o transporte público. Os flanelinhas, como já é de praxe em São Paulo, estavam a postos para cobrar pelo menos R$ 20 dos motoristas que estacionassem na rua pela região. Quem optou pelo táxi logo aprendeu que o melhor esquema é sair um pouco antes do fim do show do headliner ou dar um tempo depois, já que a prática de taxistas cobrando preços fechados – e absurdos – aconteceu em alguns pontos ao redor do Jockey Club. Os estacionamentos da região estavam pedindo, em média, R$ 100, segundo o portal UOL.
Som que vaza
Um dilema dos festivais brasileiros diz respeito à distância entre os palcos, que era grande, mas ainda assim não foi uma medida suficiente para que o áudio de um lugar não vazasse no outro. Em diversos shows, o público tinha que se posicionar em um local específico e central se não quisesse escutar simultaneamente a apresentação que pretendia ver e também a do palco ao lado. Foi o que aconteceu com o público do palco Butantã, que sofria com o som eletrônico da tenda Perry.
Festival urbano com aroma de fazenda
Um problema que não vimos ano passado, mas que foi constante em 2013, foi o cheiro de esterco em vários lugares do Jockey. Não tem como controlar o clima e impedir a chuva e em um lugar como o escolhido não havia chances de não ter lama. Uma visão romântica dos festivais até sugere que a lama faz parte (embora ela seja comum em festivais rurais, não nos urbanos). Mas o esterco e seu característico odor, que lembravam o tempo todo que a função original do local é de abrigar corridas de cavalo, eram dispensáveis.
Libras
Uma boa sacada do Lollapalooza foi que de que um festival de música não se trata apenas do ladi sonoro. Com isso em mente, os shows do evento contaram com tradução simultânea para libras, a linguagem brasileira de sinais, com uma pessoa posicionada em frente ao palco fazendo a interpretação. A novidade foi elogiada e comentada por diversos artistas durante os shows.
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