Pela segunda vez no país, banda trouxe um repertório com sonoridade mais festiva graças ao disco Reflektor
Pedro Antunes Publicado em 06/04/2014, às 23h40 - Atualizado em 07/04/2014, às 00h04
No coro explosivo de “Wake Up”, os fogos de artifício foram disparados, como se fosse combinado. Se não foi, deveria. Com um final estonteante, o Arcade Fire encerrou as atividades do palco Skol, no festival Lollapalooza 2014, na noite deste domingo, 6.
Mesmo disputando espaço com New Order, a banda liderada por Win Butler levou grande parte do público ainda presente no Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo. O total, segundo a organização do evento, foi de 60 mil pessoas.
Quem estava diante da banda sabe: a maratona musical do segundo dia valeu a pena simplesmente pela hora e meia que o grupo se apresentou ali.
Nove anos se passaram desde a primeira e única vez que o grupo canadense esteve no Brasil. Eles cresceram. Em 2005, o grupo era a primeira e mais desconhecida atração do finado Tim Festival, abaixo de Kings of Leon e The Strokes, e tinha um disco nas prateleiras, Funeral, lançado um ano antes.
A versão 2013 é igualmente contagiante ao vivo, como se fossem recém-formados, mas ainda mais festiva graças ao repertório recheado com outros três discos, um deles vencedor do Grammy (The Suburbs, de 2010).
A apresentação teve um início climático com cenas do filme Orfeu Negro, de 1959, seguidas pelas faixas “Reflektor”, com Win Butler usando uma máscara de caveira, e “Flashbull Eyes”, ambas do mais recente álbum do grupo, Reflektor, um dos melhores do ano passado. A inspiração da percussão caribenha, presente no disco, espalha-se por toda a apresentação, mas se fez mais evidente neste par inicial.
Das canções mais antigas, “Neighborhood #3 (Power Out)” e “Rebellion (Lies)” trouxeram um clima mais dramático à performance, trocando alegria pelo sentimento de saudade, algo que o vocalista explicou, ao microfone, em português. “Muitas as nossas músicas são sobre saudade. Essa é uma delas”, disse Win Butler, antes de “Neighborhood #1 (Tunnels)”. “Mas só fomos conhecer agora”, completou o vocalista. “The Suburbs”, como falou o músico em português, também embarca nessa temática.
Como o horário era apertado, com uma hora e meia de show, a banda deixou de tocar algumas canções executadas no Rio de Janeiro, mas fez questão de homenagear o Brasil com uma introdução de “O Morro Não Tem Vez”, cantada em português por Régine Chassagne, esposa de Butler e segunda vocalista da banda.
Ela teve um grande momento como líder temporária do grupo, com uma sequencia de “It's Never Over (Oh Orpheus)” e “Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)”, a última antes do bis.
O grupo retornou ao palco pouquíssimo depois da primeira despedida e, como de costume, uma segunda banda, com integrantes usando cabeças gigantes com papier mâché. Juntos, assobiaram “Aquarela do Brasil”. Na sequência de “Normal Person”, veio uma versão de “Nine Out of Ten”, clássico de Transa (1972), de Caetano Veloso. Por fim, “Wake Up”, os fogos, e a festa. Como o Arcade Fire merece. E os fãs também, é claro.
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