Banda encerrou as atividades no palco principal do festival, que contou com 80 mil presentes
Pedro Antunes Publicado em 06/04/2014, às 00h23 - Atualizado em 07/04/2014, às 14h20
No verso mais agudo de “Madness”, Matthew Bellamy, vocalista do Muse, virou o rosto e fugiu do microfone. Não precisava, o público cantou e ele sorriu com o canto da boca. A cena foi o retrato do encerramento da primeira noite do festival Lollapalooza 2014, neste sábado, 5, no Autódromo de Interlagos. De acordo com a organização, o público total foi de 80 mil pessoas.
Bellamy estava sem voz e visivelmente fazia um esforço enorme para estar sobre o palco Skol, o principal do evento. Na quinta-feira, 3, o vocalista precisou cancelar a apresentação que o grupo faria no Grand Metrópole, em São Paulo, na primeira Lolla Party.
Com uma performance pulsante e bastante agressiva, o Muse fez o público que se aglomerava diante do palco vibrar com hits e uma improvável cover do Nirvana. Logo no início da apresentação, Bellamy anunciou: “Esta aqui vai para alguém que morreu há 20 anos”.
“Lithium”, lançada no disco Nevermind (1991), veio arrebatadora. Os fãs de Muse se mostraram bons apreciadores da Kurt Cobain, líder do Nirvana que morreu pouco depois do disco sair, aos 27 anos.
“Eu perdi a voz”, disse Bellamy, desculpando-se pela ausência dos vocais, algo que era perceptível desde “New Born”, faixa do disco Origin of Symmetry, de 2001.
A apresentação foi grandiosa – como era de se esperar. O Muse é uma ótima banda ao vivo. Nos álbuns são grandiloquentes, cheios de produção, mas, no palco, a banda se torna um power trio poderoso e cheio de vigor.
Hits mais antigos como “Plug In Baby”, de 2001, misturaram-se com canções do novo álbum, The 2nd Law, “The 2nd Law: Unsustainable” e “Liquid State”.
“Starlight”, “Time Is Running Out” e “Hysteria”, hits já mostrados pela banda pelo Brasil, empolgaram a primeira parte da apresentação, cujo bis ainda trouxe “Uprising” e “Knights of Cydonia”. O Muse provou para São Paulo que, mesmo desfalcado – sem a voz - o trio formado por eles continua a valer como uns seis ou sete no palco.
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