Matt Schultz desceu à plateia inúmeras vezes, escalou estrutura e deitou em tenda distante do palco
Bruna Veloso Publicado em 06/04/2014, às 00h40 - Atualizado às 23h43
O Cage the Elephant se apresentou no Lollapalooza 2012, em São Paulo, apenas como uma promessa de um bom show. Se naquele ano a banda foi uma surpresa interessante para quem esperava por outros artistas, em 2014 o grupo foi um dos mais esperados do palco Onix, no mesmo festival, em São Paulo. A notícia, nesses dois anos que separaram um show do outro, correu: o vocalista Matthew Schultz é um frontman elétrico e imprevisível, uma combinação quase sempre explosiva em um show ao ar livre.
Descer ao público e se deixar ser agarrado pela multidão já é de praxe – mas, desta vez, Matt esperou o fim da apresentação para se dirigir até uma estrutura metálica de mais de 15 metros de altura, bem distante do palco. Ele escalou a estrutura, agradeceu ao público, depois pulou para uma tenda próxima e deitou, aproveitando o calor e os gritos do fãs.
Ali, ele estava acima de todos – mas não é assim que Matt gosta de interagir com a plateia, como ele próprio explicou. “Sempre é meio estranho estar no palco. Me sinto melhor no meio de vocês”, ele disse depois da catarse coletiva provocada pela ótima “Aberdeen”. “É estranho ser colocado em um pedestal, não é natural. Obrigado por serem incríveis.”
O público estava realmente entregue: no show, iniciado às 15h05, havia muito mais gente do que se poderia esperar para uma apresentação a essa hora, em um festival que ainda tinha mais sete horas pela frente.
Brad Schultz, guitarrista e irmão de Matt, toca curvado e absorto sobre seu instrumento quase sempre, incluindo em “Take it or Leave it”, “Halo” e “Cigarette Daydreams”. O mesmo ocorreu em “Ain’t No Rest for the Wicked”, hit do primeiro disco, homônimo, lançado em 2008. Se há seis anos a música não chegou a causar comoção no Brasil, hoje soou como se fosse um hit atemporal.
Matt, sempre demonstrando carinho com os brasileiros, só falou (quase) sério em um momento, depois de mais uma subida na grade próxima do público: "Da próxima vez que eu pular no público, preciso do meu microfone. Vocês precisam me ouvir", ele disse. Nada que diminuísse a energia dele nas canções que vieram depois, entre elas “It’s Just Forever”, “Teeth” e “Come a Little Closer”, que foi composta na última passagem da banda pelo Brasil.
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