Banda liderada por Anthony Kiedis e Flea mostrou a animação e a precisão de sempre
Paulo Cavalcanti Publicado em 24/03/2018, às 00h51 - Atualizado em 28/03/2018, às 15h19
Depois de oito horas de música, com direito a muitos novatos que só recentemente começaram a causar algum impacto no cenário musical, foi bom ver o Red Hot Chili Peppers. O veterano quarteto encerrou a primeira noite do Lollapalooza nesta sexta, 23.
Os músicos já vieram tantas vezes ao Brasil que o ar de previsibilidade era bem evidente. Mas um evento gigantesco como o Lolla também precisa ter sucesso garantido, e o RHCP é o tipo de banda que é ideal para isso. Até porque, apesar do repeteco, o Red Hot sempre surpreende, seja mexendo no repertório, seja apresentando novas ideias nas jams que aparecem do nada, alternadas aos hits.
Hoje, o que fica evidente é que o grupo segue na galeria dos grandes sobreviventes do rock. Os californianos superaram o fim do grunge, o sumiço do funk e rap metal e até a decadência da MTV, que muito ajudou na popularização deles. O que restou foram excelentes músicos, profissionais confiáveis, homens de meia-idade que têm um catálogo impecável de sucesso de causar inveja a qualquer outra banda de classic rock.
Por volta das 21h20, Anthony Kiedis (vocais), Flea (baixo), Chad Smith (bateria) e Josh Klinghoffer (guitarra) subiram ao palco Budweiser, o principal do evento, ao som de uma jam de funk e rock que desaguou em “Can’t Stop”, faixa de 2002, do álbum By The Way. Dali em diante, foram quase duas horas de hits (embora alguns deles tenham ficado de fora) e algumas canções do álbum mais recente, The Getaway (2016).
A enorme plateia em Interlagos recebeu a trupe com muito entusiasmo. Em Interlagos, Kiedis, trajando uma camiseta vermelha, provou que ainda tem gás: ele trotou pelo espaço e se mostrou o frontman seguro de sempre. Flea, ainda com energia de um adolescente tresloucado, segue tocando como se o contrabaixo fizesse parte do corpo dele. A dupla dominou o palco, enquanto o guitarrista Klinghoffer, “novato” que entrou na banda oficialmente em 2009, foi mais discreto, embora sempre preciso com seu instrumento. Ao fundo, o fabuloso Chad Smith segurava tudo, tocando com peso e groove.
O começo da apresentação teve as conhecidas “Otherside” e “Californication” além de faixas de The Getaway, como “Dark Necessities” e “Go Robot” que, ao lado de material mais antigo e clássico, não deixavam de soar um tanto genéricas. A grande surpresa foi “Menina Mulher da Pele Preta”, de Jorge Ben, que o guitarrista Klinghoffer cantou em um portunhol razoável.
A segunda metade da apresentação foi bem mais animada, com a banda mandando ver “Hump the Bump” (com o brasileiro Mauro Refosco participando na percussão), “Blood Sugar Sex Magik”, “Higher Ground” (de Stevie Wonder), “Under The Bridge” e “By The Way”. Mas ainda teve o bis, com “Goodbye Angels” e, naturalmente, o mega hit “Give It Away”, que fechou tudo. Quase duas horas depois, o RHCP encerrava a primeira noite do Lollapalooza 2018 com chave de ouro.
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