Artista recorre ao melhor do seu repertório de sucessos para sair com a vitória neste sábado, 6
Pedro Antunes Publicado em 06/04/2019, às 20h16
Lenny Kravitz sorri seu sorriso cintilante depois de balançar a cabeleira ao sabor do som da sua guitarra suingada. Olha para o público e diz: “Eu não consigo me mexer aqui”. Diz em referência ao temporal que quase cancelou o segundo dia de Lollapalooza 2019, no início da tarde deste sábado, 6.
Com o piso sob seus pés encharcado, Kravitz andava com cuidado. No repertório, diante de um público tão plural como aquele presente no Autódromo de Interlagos, ele teria que usar as armas mais potentes que tinha para não falhar ali.
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Jogou seguro, mas a atitude está longe de ser um demérito - são suas canções, afinal. Com “Fly Away”, deixou claro que o show seria um digressão aos melhores momentos da carreira do artistas, lá nos idos dos anos 1990.
Kravitz, aliás, é um perfeito representante da música mainstream dos anos 1990, com suas baladas poderosas, crescimento graças à alta rotação na grade da MTV e referências misturadas numa sopa sem medo.
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Seu som é pop, é rock, é soul, é tudo isso de um jeito unicamente dele, com seus ombros largos e canções descaradamente de amor.
Do álbum mais recente, Raise Vibration, tocou pouco. “Low”, da boca safra, foi quase escondida entre as poderosas “American Woman” e “It Ain’t Over Until Is Over”.
Num dia no qual o Lollapalooza quase foi cancelado, Kravitz teve uma outra função: a de ser aquela música que acalanta, que carrega memórias afetivas e proporciona uma sensação de conforto como entrar no seu antigo quarto, dos tempos de adolescência e hoje, anos depois, encontrá-lo intacto, com seus pôsteres ainda colados na parede, livros na estante e a bagunça quase inteiramente mantida.
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