Vampire Weekend, Dua Lipa e St. Vincent também se apresentaram na penúltima data do festival
Igor Brunaldi, de Chicago Publicado em 05/08/2018, às 12h36 - Atualizado às 14h00
O fim de semana trouxe consigo um refresco, tão desejado por todo mundo que se dispôs a comparecer aos quatro dias de Lollapalooza Chicago. O sol, por mais que ainda estivesse presente e potente, foi amenizado pela presença de muitas nuvens no céu, e também de um vento que possivelmente enganou aqueles que decidiram não passar protetor solar.
No momento em que The Weeknd subiu ao Grant Stage, palco principal do festival, a noite já havia se instaurado, amena e pronta para receber tudo que o cantor canadense tinha para oferecer. Além de baterias de fogos de artifício, o show contou com a produção mais elaborada e criativa até agora: em momentos específicos, rajadas de fogos eram disparadas e luzes inquietas e projeções frenéticas acompanhavam perfeitamente o ritmo das músicas. Mas o que mais chamava atenção, no meio desse espetáculo audiovisual, era a cabeça e a mão gigantes que se projetavam do chão, como se uma enorme estátua tivesse despencado ali mesmo.
No meio de tudo isso, e sem ser ofuscado, o artista exibiu todo seu potencial vocal ao longo de um setlist composto por hits do disco House of Balloons (que ele dedicou aos fãs "old school"), como a faixa homônima e "The Morning", pelas famosas "Can't Feel My Face" e "Often" (de Beauty Behind the Madness), "Starboy" e "Party Monster" (do álbum Starboy) e também "Wasted Times" e "Call Out My Name" (My Dear Melancholy,).
Na noite anterior, Bruno Mars havia encerrado o dia com seu R&B mais ortodoxo, seguindo uma fórmula clássica. The Weeknd, por sua vez, mostrou uma abordagem mais moderna ao gênero, com batidas eletrônicas fortes e até o flerte com a psicodelia, honrando a posição de headliner.
Ao mesmo tempo, na extremidade oposta do parque, o Vampire Weekend subiu ao palco ao som de "Back in Black", do AC/DC. Após quase quatro anos sem tocar em um festival norte-americano, e agora com uma nova formação, o grupo abriu o show com o sucesso "A-Punk". Três vezes. Seguidas. Apesar da insistência na fama da música, os fãs não pareceram se incomodar com a repetição, e gritaram todas as vezes, sem hesitar, os icônicos "hey hey hey hey!". Ao fim da terceira vez, tinha até gente pedindo por uma quarta. A banda trouxe também "Horchata", "Walcott", "Cousins" e "Holiday", todas recebidas com bastante empolgação pela plateia.
Com muito bom humor e um alto-astral que vinha tanto da sonoridade das músicas quantos dos próprios integrantes, o VW, liderado pelo vocalista Ezra Koenig (que estranhamente vestia uma camiseta do System of a Down), aproveitou para anunciar que o próximo disco está pronto e deve ser lançado ainda este ano (o álbum mais recente é Modern Vampires of the City, de 2013).
Assim como Tyler, The Creator na última sexta, 3, Dua Lipa se apresentou durante a tarde e, mesmo não tendo sido posicionada nos horários "nobres" do terceiro dia, conseguiu atrair um público enorme. O volume baixo do microfone da cantora não pareceu incomodar os fãs que se aglomeraram em frente ao palco com uma energia frenética.
De certo modo, o frenesi que tomava conta da plateia parecia gerado primeira e principalmente pela presença da britânica, e secundariamente pelo impacto do show em si. Não há como negar que, apesar de ter lançado apenas um álbum, Dua Lipa já tem status e a postura de um fenômeno da música pop, graças a sucessos como "IDGAF", "New Rules", "Blow Your Mind (Mwah)", "No Goodbyes" e a recém-lançada "One Kiss" (todas presentes no setlist). Mas a energia da apresentação estava claramente emanando do público.
Acompanhada por uma banda (cuja existência só foi notada por quem de fato conseguia ver o palco), a cantora exibiu menos empolgação e explosão do que era esperado de alguém com a fama e a juventude dela.
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