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Sarcástica e divertida, Lorde fala sobre fama, escola e tédio

A cantora, que acaba de completar 17 anos, também contou como foi conhecer Kanye West

Rob Tannenbaum Publicado em 15/11/2013, às 12h22 - Atualizado às 12h28

Ella Yelich-O’Connor, a estrela do pop de 16 anos [na época da entrevista; agora ela completou 17] mais conhecida como Lorde, escreveu um hit tirando sarro dos hits. “Royals” – a peça central do seu álbum de estreia, Pure Heroine – caçoa da obsessão dos rappers com carros e joias e, neste mês, a faixa da adolescente da Nova Zelândia derrotou os trabalhos de Katy Perry e Miley Cyrus na disputa pelo primeiro lugar da parada das 100 mais tocadas. “Não era escancaradamente sociopolítica”, diz Lorde (o “e” é mudo”), durante um intervalo da primeira turnê norte-americana dela. “Estava compondo algo que achava meio bobo. Eu sou uma pessoa sarcástica e ácida na maior parte do tempo.”

Essa pergunta pode soar estranha – eu não sei se alguém realmente sente ter a idade que tem. Mas você sente que tem 16 anos?

Essa é uma das perguntas que respondo em todas as entrevistas e todo mundo faz uma introdução como essa que você fez.

Ok, vamos fingir que eu não perguntei.

Hm... Não sei se vou te deixar escapar tão facilmente!

Você pode ou me deixar escapar, ou responder à pergunta.

Sim, me sinto com 16 anos. Como mais eu poderia me sentir? Deveria dizer que me sinto no útero?

Alguém te perguntou no Twitter: “Em uma escala de 1 a 10, o quão entediada está de ouvir a frase ‘apenas 16 anos’?” Você retuitou, mas não respondeu. E então? O quão entediada você está?

[Risos] Eu diria que sete. As pessoas sãosuper paternalistas e falam comigo como se eu fosse uma criança e não pudesse decidir nada.

O que você estava ouvindo quando escreveu “Royals”?

Bastante hip-hop. O que me pegou foi a total falta de qualquer coisa com a qual eu e meus amigos pudéssemos nos identificar. Íamos a estas festas estranhas nas casas das pessoas, voltávamos a pé para casa dessas noites sujas. E eu pensava: “Por que ninguém está falando sobre isso?”

Na sua nova faixa, “Team”, você canta: “Estou ficando cheia de me mandarem jogar as mãos para cima”. Você odeia hip-hop ou algo assim?

Parte de mim está sempre enojada com a cultura extravagante do hip-hop, mas é também muito divertido. Eu amava quando Kanye tinha uma conta no Twitter porque ele fazia aos seguidores dele perguntas do tipo: “Alguém sabe aonde eu posso arranjar um tapete persa com anjos estampados”? Como se as pessoas fossem ter alguma ideia!

Seu Twitter é sempre divertido de ler. Há alguns dias, você escreveu: “Vai, acne, não faça isso agora”. O que estava acontecendo?

Minha pele encheu de acne, obviamente. Eu estava prestes a ir para Nova York para um monte de sessões de fotos e simplesmente não estava nada pronta.

Você ainda está no colegial. Seus pais querem que você volte às aulas?

Eles definitivamente querem que eu volte. É bem importante para eles. Mas podendo fazer isso [música] em tempo integral é a primeira vez em muito tempo que eu consigo dormir e sentir que meu cérebro está desligado. Porque estou cansada à noite, e nunca ficava quando eu ia para a escola.

Agora que você tem um hit, muitos produtores famosos vão querer trabalhar com você. Isso te interessa?

Para mim, a coisa mais legal de ter um hit é que essas pessoas cujas páginas da Wikipédia eu basicamente decorei querem tomar café da manhã comigo.

Tipo quem?

Eu não sei se posso dizer, talvez irrite as pessoas. As pessoas têm se irritado comigo estes dias. Eu abro muito minha boca.

Como quando você disse à Rolling Stone EUA que a música “Come and Get It”, da Selena Gomez, era antifeminista e os fãs dela postaram comentários maldosos sobre você?

É, daquela vez eu não me censurei direito. Eu não me arrependo nem um pouco, mas a ira de um grande grupo de fãs nunca é algo fácil.

Você deve ter visto o vídeo da Selena fazendo uma cover de “Royals” em um show. O que você achou?

[Pausa] Eu achei legal. Eu gostei da máquina de vento. E ela fez uma coisa interessante com os acordes.

Há algumas semanas, você se apresentou no Later... With Jools Holland, em Londres, e Kanye estava no mesmo programa. Você o conheceu?

Sim, nós conversamos. Meu tecladista e meu baterista foram até o cara do som de Kanye. Quando Kanye estava vindo falar comigo, eles começaram a andar no outro sentido, apertando a mão dele, com olhos arregalados, com caras ridículas. Ele disse que gostava das mensagens [nas minhas músicas], o que foi legal. Eu ficava dizendo para mim mesma: “Fica fria. Isso é normal”.

Qual sua primeira impressão dele?

Ele é um cara bem de boa – super relaxado. Ele tinha esse grill [espécie de dentadura adornada] enorme e eu queria tocar nela, mas me segurei.

Eu não sei, talvez ele não tivesse se importado com isso.

[Risos] Não, acho que ninguém acharia que tudo bem um estranho enfiar o dedo na boca deles.

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