Mesmo quase anônima no país, banda inglesa faz show imponente
pedro antunes Publicado em 20/10/2012, às 19h41 - Atualizado em 21/10/2012, às 16h49
No início, eram poucas mãos para o alto. Pouco mais de uma hora depois, o número já tinha se multiplicado e o Maccabees, quase uma banda anônima por aqui, conquistado os presentes com guitarras poderosas.
Mesmo sendo um dos grupos mais cultuados pela mídia inglesa, com três álbuns debaixo do braço, nenhum deles foi lançado oficialmente por aqui. Ainda assim, um bando de fãs ruidosos se manteve grudado nas grades que separam plateia e palco o tempo todo.
A entrega da trupe liderada por um extremamente simpático (e tímido, sim, é possível) Orlando Weeks fez com que os curiosos que se aproximavam do palco tendessem a ficar e curtir o rock que une influências de duas décadas de música inglesa: da psicodelia eletrônica do Primal Scream, o shoegaze melancólico do My Bloody Valentine até os simplórios e viciantes solos do Libertines.
São três guitarras no palco e um baixo ousado de Rupert Jarvis, que brinca em acordes e notas agudas. O que pode parecer embolado é, na verdade, congestionado. Mas tudo flui dando mais peso para as canções ao vivo – e conquistando os recém-chegados ao show.
O grupo fez um show curto, com menos de uma hora no palco, e revisitou, em grande parte, o repertório do último álbum, Given to the World, lançado ainda este ano. “Nós somos os Maccabees e este é o fim da nossa turnê”, disse Weeks, que agradeceu com um “obrigado”, em português mesmo, ao fim de quase todas as 13 canções.
O show começou com a melancólica “Child”, do disco novo, seguida por “Wall of Arms”, que dá nome ao segundo álbum do grupo, em 2009. Os vocais de Weeks são lamuriosos, mas todo o resto é explosivo. Um choque térmico musical.
“Go”, “Heave” e “Pelican”, que fechou a apresentação, foram outras canções do último disco executadas pela banda e apresentaram uma construção melódica mais interessante.
Antes de “Pelican”, Weeks anunciou: “Esta é a nossa última música”, notícia recebida por gritos desesperados da plateia. “Isso foi muito gentil, mas precisamos ir. Espero ver vocês de novo.” E a resposta do público pode dizer uma coisa: eles também.
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