A banda quer popularizar o reggae - e contará com participações de MC Hariel, Cynthia Luz e Di Ferrero para isso
Marina Sakai | @marinasakai_ (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 15/02/2021, às 16h54
2020 não foi um ano parado para o Maneva. Apesar da pandemia do coronavírus, a banda lançou dois discos: Maneva: Aquecimento 15 anos e Tudo Vira Reggae (Ao Vivo). Em 2021, o ritmo não diminuiu. No dia 29 de janeiro, o grupo anunciou seu novo trabalho, Caleidoscópico, e surpreendeu divulgando as três primeiras músicas da composição.
Tales de Polli, vocalista do grupo, conversou com a Rolling Stone Brasil sobre a nova era da banda, as inspirações para o disco, o modo inusitado de lançamento e a importância das colaborações para popularizar o reggae.
Caleidoscópico é o décimo disco do Maneva e marca 15 anos da banda, tempo de vida surpeendente para grupos musicais no Brasil. Sobre a questão da longevidade, Tales revelou o segredo: “Temos um fator importante: amamos música de verdade. Costumamos apelidar o artista de médico da alma, porque lida com o subjetivo das pessoas. Nos preocupamos muito com isso, temos uma conexão especial com os fãs e apreciamos muito a companhia um do outro.”
Essa mentalidade influenciou o disco na proposta de trazer alegria e cor ao público — bem como um caleidoscópio. “Tudo mudou, e aproveitamos para enxergar novas formas de continuar fazendo música, nossa maior paixão,” completa o vocalista.
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Como aconteceu com a maior parte dos músicos mundo afora, a pandemia do coronavírus frustrou os planos do Maneva. Para comemorar o aniversário, planejaram filmar um DVD em diversas cidades do Brasil. Mesmo com as mudanças na previsão, o grupo “não lamenta”. De acordo com Tales, “ao invés de ficar triste, acreditamos muito naquele ditado de o que for para ser, será.”
A inspiração para o disco veio dessa perspectiva. A ideia estava na mente dos integrantes da banda há algum tempo. Compunham duas/três músicas por semana e passaram por um longo processo de seleção até chegar no trabalho equilibrado e bonito desejado.
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A última música a entrar no disco, “Banco de Areia”, foi parceria com MC Hariel, funkeiro de 23 anos. Tales conheceu o trabalho do cantor por meio de sua filha, fã do artista e do funk brasileiro. “Tem letras super conscientes, uma voz boa, da quebrada, acho muito bonita”, elogia.
A banda queria uma participação “explosiva”, algo jovem e com influência dos estilos “da rua” como funk e rap. “Na hora, Hariel veio na cabeça. Sua maturidade foi uma surpresa para todos da banda. É uma pessoa boa de se conviver, querido para caramba e um amigo para a vida toda,” completa De Polli.
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Com Caleidoscópico, a intenção da banda é popularizar o reggae. “Vemos grandes artistas tocando reggae, mas não vemos músicos especializados no estilo nos grandes festivais e rádios. O reggae é para todos os momentos e todas as pessoas, não podemos colocá-lo em uma caixinha”, diz De Polli.
A colaboração entre Maneva e MC Hariel é apenas a primeira do disco. As faixas futuras terão participações da rapper Cynthia Luz e Di Ferrero, ex-NX Zero. Com as parcerias, a ideia é testar o reggae em novas texturas e explorar outras camadas: “Cynthia é melodiosa e tem uma voz sensacional. Di dispensa apresentações, é um dos grandes caras do rock brasileiro,” explica Tales.
O clipe de "Banco de Areia" também tem muita relação com o propósito do disco de trazer alegria ao dia a dia. Ao longo da música, cada integrante da banda entra na onda e as cores se tornam mais fortes.
O vídeo foi dirigido por Gabriel Rossi e o conceito foi pensado pelo diretor em parceria com o próprio Tales: “Decidimos o roteiro inteiro em cinco minutos, um dia antes das filmagens e ficou incrível. Tínhamos essa mensagem em mente, não deixar pequenas situações incomodarem o nosso dia.”
Outro personagem importante na criação de Caleidoscópico foi o produtor Daniel Ganjaman, também responsável por colaborar em projetos de Criolo, BaianaSystem, Mano Brown e Jorge Ben Jor. “Foi a realização de um sonho. O admiramos muito, somos fãs do trabalho dele, do tipo de som, então foi uma parceria muito legal,” diz Tales.
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O primeiro bloco do disco foi lançado e as partes restantes devem chegar até dia 29 de maio de 2021, três músicas por vez, até completar as 12 faixas. Maneva acredita conhecer seu público e entender a importância da tradição de consumir um álbum inteiro: “Não somos uma banda de muitos singles, mas dessa forma, ficou bem legal. Agrada a todos: quem gosta de single, quem gosta de álbum,” explica Tales.
Para os próximos três lançamentos, alerta: “Temos uma surpresa enorme para o último EP.” As pessoas podem esperar um disco coeso, seguindo a linha das três primeiras canções, com “mistura de ritmos, cores e culturas.” Por último, Tales garante “uma música mais feliz, solar e bastante reflexiva,” especialidade quando se trata de Maneva.
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