Maria Bethânia grava o DVD <i>Cartas de Amor</i>, na casa de shows carioca Vivo Rio. - Divulgação / João Milet Meirelles

Maria Bethânia declama poesias e canta de forma singela no espetáculo "Bethânia e as Palavras"

Show aconteceu na noite desta quinta, 26, em São Paulo

Luciana Rabassallo Publicado em 27/02/2015, às 01h57 - Atualizado às 17h14

Pouco mais de um mês após Gal Costa fazer um show intimista, com apenas voz e violão, e encantar o público, agora foi a vez de Maria Bethânia subir ao palco teatro Paulo Autran, localizado no Sesc Pinheiros, em São Paulo, para mostrar o espetáculo "Bethânia e as Palavras". Mesmo com trânsito caótico, os fãs lotaram o local para ouvir a cantora baiana declamar os poemas que marcaram a vida e carreira dela.

Gal Costa e Caetano Veloso retomam em 2011 uma das parcerias mais duradouras, intensas e prolíficas da música brasileira – uma história de amor nascida nos anos 60 e que gera frutos até hoje.

Entre aplausos e gritos animados, ela subiu ao palco com alguns minutos de atraso. Logo na primeira interação com a plateia, Bethânia explicou o projeto: "Escolhi os textos e poemas que me definem, além de alguns que muitos de vocês que estão aqui hoje já me viram declamando pelos quatro cantos do país". Descalça, vestida de maneira discreta e acompanhada pelo violonista Paulinho Dafilin e pelo percussionista Carlos Cesa, a artista mesclou, por cerca de 70 minutos, na noite desta quinta, 26, interlúdios musicais e viscerais interpretações.

Os 100 Maiores Momentos da Música Brasileira.

Textos de Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Ramos Rosa, Sophia de Mello Breyner Andersen, o moçambicano José Craveirinha, Padre Antonio Vieira, Caetano Veloso, Fausto Fawcet e Ferreira Gullar estão entre as obras que fazem parte do espetáculo.

Na Trilha da Canção documenta conexões artísticas entre nomes da MPB.

Na parte musical, Bethânia cantou de forma singela trechos de conhecidas canções brasileiras e portuguesas como “ABC do Sertão” (Luiz Gonzaga), “Romaria” (Renato Teixeira), “Último Pau de Arara” (J. Guimarães/Venâncio/Corumbá), “Estranha Forma De Vida” (Amália Rodrigues), “Marinheiro Só” (domínio público/adaptação Caetano Veloso), “Dança da Solidão” (Paulinho da Viola) e “Menino de Jaçanã” (Luis Vieira/Arnaldo Passos).

Entrevista RS: Chico Buarque.

Com o público em êxtase, Maria Bethânia agradeceu e brincou: "Essa leitura foi pensada sem bis, mas eu não consigo ir embora e deixar vocês". Em seguida, ela cantou a clássica "Reconvexo", de Caetano Veloso. Antes de sair de cena, a cantora cumprimentou com longos apertos de mãos os fãs que estavam mais próximos dela.

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