Produtor de Marcelo D2 e Nação Zumbi dá palestra em evento focado em música eletrônica; "Foi a única em que não dormi", confessa DJ Babão, único brasileiro entre os participantes
Por Carolina Requena, de Barcelona Publicado em 23/10/2008, às 14h16
"Todo mundo quis saber como foi com os Beastie Boys e o Beck", conta Mario Caldato - que recentemente produziu o primeiro álbum (homônimo) da cantora Mallu Magalhães. Caldato (que nasceu no Brasil, mas passou grande parte de sua vida nos Estados Unidos) é um dos palestrantes convidados da 10ª edição do Red Bull Music Academy, evento anual que reúne DJs, produtores e técnicos ligados à cena eletrônica para duas semanas de criação e debate, em grandes cidades do mundo - desta vez, Barcelona sedia o encontro.
"É muito bom poder falar sobre meu trabalho para pessoas que querem saber dele", resume Caldato - que entrou para o mercado de música no Brasil quando o Planet Hemp abriu os shows dos Beastie Boys (trio também produzido por Caldato), em 1996, mesma época em que a banda de Marcelo D2 gravava seu segundo disco, Os Cães Ladram, Mas a Caravana Não Pára (1997), e convidou o produtor para participar. Depois da parceria com o Planet, Caldato assinou ainda a produção de artistas como Nação Zumbi, Marisa Monte, Vanessa da Mata e Marcelo D2.
"Não existe normalmente esse tipo de coisa", opina, sobre a reunião - repleta de confortáveis sofás, quitutes em fartura e almoços coletivos. "Isso de pôr todo mundo junto para falar sobre música... Precisa de muito dinheiro, né?". A "academia", como chamam seus freqüentadores, é produzida pela marca de bebidas energéticas, que tem como política não investir em anúncios, somente em eventos relacionados à cultura e ao esporte. Em Barcelona, a ação foi montada no prédio de uma industria têxtil desativada, reformado especialmente para o evento.
"Única em que não dormi"
O carioca de 28 anos DJ Babão, que ganhou o apelido na escola porque dormia nas aulas, assistiu à palestra de Caldato - "Foi a única em que eu não dormi até agora. Foi maneiro". Em sua primeira viagem à Europa, o DJ, que passou para um amigo o comando da festa semanal que pilota em Copacabana, é o único brasileiro selecionado pela curadoria. "Tive que preencher um questionário enorme com perguntas absurdas, tipo "Quando foi a última vez que você chorou?", conta. "Depois selecionei e gravei, de todas as coisas que faço, o que eu acho que era mais característico, não só do Brasil, mas, tipo, de DJ brasileiro carioca", conta. "Eu tive até uma dica do pessoal da Red Bull. Eles falaram: Cara, o povo tá dando um destaque presse lance do funk carioca, então...".
Nesta quinta-feira, 23, a palestra (os workshops são diários) ficou a cargo do norte-americano DJ Toomp, que assina produções de grandes nomes do hip-hop dos Estados Unidos, como o novo hit de Kanye West, "Good Life". Durante o encontro, alguns participantes, acomodados em grandes sofás e apoiados em travesseiros, tiraram um cochilo para matar o sono da noite anterior - além de trocar idéias e gravar juntos durante o dia, os "alunos" tocam em festas e prestigiam seus colegas em casas noturnas da cidade. "Esse lugar não existe. É a ilha da fantasia", resume Babão.
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