Atriz se abriu sobre seu trauma, que aconteceu quando ela tinha 30 anos: ‘Agora posso ver claramente o que foi feito comigo’
Pedro Figueiredo (@fedropigueiredo) Publicado em 11/01/2024, às 15h40
Protagonista de uma das séries mais longevas dos Estados Unidos, Mariska Hargitay interpreta a policial Olivia Benson em Law & Order: Unidade de Vítimas Especiais (1999). Há 25 temporadas, a policial investiga e prende estupradores na série. A atriz de 59 anos escreveu em um artigo para a revista People que ela própria foi vítima de uma violência desta natureza.
O crime aconteceu quando Hargitay tinha 30 anos e o estuprador era alguém que ela conhecia bem. “Ele era um amigo”, escreveu ela. “Até não ser mais. Tentei todas as maneiras que conhecia para sair dessa. Tentei fazer piadas, ser charmosa, estabelecer limites, raciocinar, dizer não. Ele me agarrou pelos braços e me segurou. Fiquei apavorada. Eu não queria que isso se transformasse em violência. Agora sei que já era violência sexual, mas tinha medo que ele se tornasse fisicamente violento. Entrei no modo de congelamento, uma resposta comum ao trauma quando não há opção de fuga.”
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A atriz é fundadora da Joyful Heart, uma organização que presta assistência a vítimas de violência doméstica e sexual. No texto ela conta que durante anos negou ser uma vítima. Ela reflete ainda que não vê as negações como falsas, mas era como ela se via até então. Após ouvir experiências de amigas, sua perspectiva mudou.
“Elas foram as primeiras a chamar do que era”, escreveu ela. “Elas eram gentis, gentis e cuidadosas, mas o nome era importante.” Ela disse que as amigas lhe deram coisas para pensar e processar, dizendo: “Aqui está o que significa quando alguém estupra outra pessoa, então, no seu tempo livre, pode ser útil comparar isso com o que foi feito com você”. Foi quando ela chegou à sua própria conclusão. “Agora posso ver claramente o que foi feito comigo”, escreveu ela. “Eu entendo a neurobiologia do trauma. O trauma fratura nossa mente e nossa memória. Da mesma forma que um espelho se quebra.”
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Ainda no artigo, Mariska se abriu sobre a importância da série no processo de cura dela e de outras vítimas. Muitas pessoas já testemunharam a ela sobre como a produção ajudou na superação do trauma e ela chama os fãs de “fonte de força” para ela.
“Eu disse durante muito tempo que minha esperança era que as pessoas pudessem falar sobre agressão sexual da mesma forma que falam agora sobre câncer”, escreveu ela. “Diga a alguém que você sobreviveu ao câncer e você será celebrado. Quero a mesma resposta para sobreviventes de violência sexual. Não quero vergonha para a vítima. A vergonha do ato pertence ao perpetrador: foram eles que cometeram o ato hediondo e vergonhoso.”
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