Bruno Mars - AP

Mercado digital de música cresceu 8% em 2011

“O Brasil está no Top 3 de mercados que estão mostrando um crescimento explosivo”, afirmou o executivo Edgar Berger, da Sony Music, em conferência nesta segunda, 23

Bruna Veloso Publicado em 23/01/2012, às 15h37 - Atualizado às 15h43

Após anos de declínio, os executivos da indústria musical têm motivos para se animar. Em uma conferência telefônica realizada nesta segunda, 23, a IFPI - International Federation of the Phonographic Industry anunciou o crescimento de 8% do mercado de música digital em 2011 – e o Brasil tem lugar de destaque nesse panorama.

“O Brasil está entre os países com crescimento mais rápido do mercado [musical]. Está avançado na América Latina”, disse Rob Wells, presidente de negócios digitais do Universal Music Group, na entrevista coletiva da qual a Rolling Stone foi o único veículo nacional a participar. Ainda não foram divulgados números consolidados das vendas digitais nacionais, mas de janeiro a agosto de 2011 o crescimento foi de 26%, segundo afirma Paulo Rosa, presidente da ABPD - Associação Brasileira de Produtores de Disco. A recente chegada do iTunes deve fazer com que em 2012 os números sejam ainda mais favoráveis no país. “Vocês estão no Top 3 de mercados que estão mostrando um crescimento explosivo”, complementou Edgar Berger, CEO da Sony Music.

Os braços do comércio de música na internet têm se alongado cada vez mais: no ano passado, o número de pessoas que assinam algum tipo de serviço de streaming ou downloads de música cresceu 65%, totalizando mais de 13 milhões de usuários. Em 2010, serviços como Spotify, Deezer e iTunes estavam presentes em 23 “mercados” (que representam um país ou uma área específica do globo), enquanto hoje o número subiu para 58. Há ainda países em que o número de vendas digitais ultrapassa o número de vendas físicas (nos Estados Unidos, as vendas digitais somam 52% da receita; na Coréia do Sul, são 53%).

Mesmo com tantos números positivos, a pirataria online continua sendo uma grande barreira. Segundo o relatório da IFPI, um quarto de todos os usuários de internet no mundo baixam arquivos ilegais. Enquanto isso, diversos países têm buscado endurecer as leis contra o compartilhamento de arquivos – a França, por exemplo, tem desde 2009 a chamada Hadopi, que gerou uma queda de 26% do compartilhamento de arquivos via P2P (o governo manda notificações a quem compartilha arquivos; na terceira notificação, a internet do usuário é cortada). E agora, os Estados Unidos estão prestes a implementar a polêmica SOPA - Stop Online Piracy Act, legislação que é acusada de restringir os direitos de comunicação e a liberdade na internet – mas que é elogiada pela IFPI. “Com a SOPA, a questão da pirataria está sendo discutida em todo o mundo, e claro que é bom para nós”, declarou Frances Moore, CEO da organização. “Estamos desapontados com o fato de a SOPA ter sido adiada. Mas os Estados Unidos não estão dando para trás. Veja o que foi feito em 2010, com o fechamento do Limewire.”

Com as medidas de punição ao compartilhamento ilegal sendo amplamente divulgadas pelas grandes gravadoras, a América Latina deve entrar em breve nessa rota – e o Brasil, tendo destaque na região, está na mira das grandes gravadoras em favor da criação de leis contra a pirataria online. “A IFPI e a indústria musical vão concentrar esforços na América Latina nos próximos meses”, afirmou Berger.

Queda

Os números digitais são animadores, mas o mercado físico continuam caindo. As vendas físicas sofreram uma queda de 9% em 2011 – o que, segundo os executivos, não é de todo mal, já que em 2010 o declínio foi de 14%. Por aqui, não é diferente. “A gente saiu de um mercado de 90 milhões de unidades anuais [CDs e DVDs], para 26 milhões hoje”, contou Paulo Rosa. “O que ocorre é a partir de 2008 passou a existir uma estabilidade, com pequenas variações. Nesse ano, a nossa expectativa é que a variação do físico seja positiva.”

Fazendo o balanço entre todas as vendas, físicas e digitais, a queda foi de 3%, a menor taxa dos últimos anos. Wells, da Universal, resumiu a visão dos empresários em relação ao futuro da indústria musical: “Estou definitivamente mais otimista do que jamais estive”, anima-se o executivo.

Mais vendidos

Veja abaixo a lista de singles digitais mais vendidos em 2011:

1 - Bruno Mars (foto) – “Just The Way You Are” (12,5 milhões)

2 - Bruno Mars – “Grenade” (10,2 mi)

3 - LMFAO – “Party Rock Anthem” (9,7 mi)

4 - Jennifer Lopez – “On The Floor” (8,4 mi)

5 - Adele – “Rolling In The Deep” (8,2 mi)

6 - Lady Gaga – “Born This Way” (8, 2mi)

7 – Pitbull, Ne-Yo, Afrojack e Nayer – “Give Me Everything” (8,2 mi)

8 - Black Eyed Peas – “The Time (Dirty Bit)” (7,3 mi)

9 - Maroon 5 – “Moves Like Jagger” (7 mi)

10 - Bruno Mars – “The Lazy Song” (6,5 mi)

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