Em comunicado, cineasta declara que doou US$ 20 mil para contribuir com pagamento de fiança do fundador do WikiLeaks, preso sob acusação de assédio sexual
Da redação Publicado em 15/12/2010, às 14h12
Michael Moore, cineasta por trás de produções engajadas como Tiros em Columbine e Fahrenheit 11 de Setembro, divulgou na última terça, 14, um comunicado em que declarou oficialmente seu apoio a Julian Assange, fundador do WikiLeaks, organização sem fins lucrativos que ganhou muitos inimigos divulgando documentos secretos de diversos governos. Ele ainda revelou que doou US$ 20 mil para ajudar no pagamento da fiança do jornalista, cujo valor é de US$ 310 mil (cerca de R$ 525 mil).
Saiba mais sobre Jacob Appelbaum, o hacker norte-americano por trás do WikiLeaks.
No texto, Moore declarou: "Ontem, na Corte de Magistrados de Westminster, em Londres, os advogados de Julian Assange apresentaram ao juiz um documento de minha autoria dizendo que eu doei US $20 mil do meu próprio dinheiro para ajudar a financiar a saída do senhor Assange da prisão. Além disso, estou oferecendo publicamente a assistência de minha página na web, meus servidores, domínios e qualquer outra coisa que possa fazer para manter o WikiLeaks vivo e bem sucedido, conforme ele continua seu trabalho de expor os crimes que foram forjados em segredo e executados em nosso nome e com o nosso dinheiro de imposto".
A carta continua, criticando o fato de que uma mentira levou à guerra dos Estados Unidos contra o Iraque e questionando: "Imagine se os homens que planejaram esse crime de guerra em 2002 tivessem que lidar com o WikiLeaks?". Moore cita, ainda, declarações de diversos políticos norte-americanos que se mostraram contra a iniciativa. Eles se referem ao WikiLeaks como algo "terrorista". Mary Matalin, consultora do partido republicano, chama Assange de "psicopata e sociopata".
Michael Moore defende a organização, dizendo que ela só faz terrorismo contra os "mentirosos que arruinaram a nação". "O WikiLeaks merece o nosso agradecimento por jogar luz em tudo isso. Ele existe, em parte, porque a grande mídia falhou em cumprir com sua responsabilidade."
Para finalizar, o diretor de cinema e escritor convida as pessoas a apoiar a causa de Julian Assange.
Vale lembrar que o processo que levou Assange para a cadeia é de assédio sexual contra duas mulheres. Ele diz que as relações foram consensuais e nega as acusações, afirmando que, pelo timing delas, acredita (assim como outras pessoas favoráveis ao WikiLeaks) que sejam uma manobra de seus inimigos para que o WikiLeaks perca credibilidade na mídia.
O governo da Suécia decidiu apelar da decisão do Reino Unido de conceder o benefício do pagamento de fiança para Assange. Uma audiência será realizada nesta quinta, 16, para que a Justiça britânica decida se Assange poderá ou não pagar a fiança para sair da prisão.
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