Banda apresentou faixas do novo Sol Invictus e saiu do palco sem tocar “We Care a Lot” no Espaço das Américas
Lucas Brêda / Oferecimento BUDWEISER Publicado em 25/09/2015, às 14h34 - Atualizado às 16h52
Escalado como uma das atrações desta sexta-feira, 25, no Rock in Rio, o Faith No More tocou em São Paulo um dia antes, para um Espaço das Américas lotado. O show – que promove o novo álbum Sol Invictus – poderia ser encarado como um “aquecimento” para o do dia seguinte, com cerca de dez vezes mais público, mas Mike Patton e companhia mostraram intensidade suficiente para cativar os paulistas, apesar do calor e da duração relativamente curta da performance.
Faith No More “aprende” com distância e retorna com novo álbum após quase 20 anos.
Com o single recente – e já uma das favoritas dos fãs – “Motherfucker”, o quinteto californiano subiu ao palco cerca de 25 minutos atrasado (às 22h25), sendo recebido com gritos histéricos, luzes frenéticas – em várias cores – emanadas do teto e um calor exageradamente incomum para o começo de primavera na capital paulista. Com o passar do tempo, a temperatura foi um evidente incômodo para músicos e fãs (o que pode ser uma das razões para o final encurtado).
Logo na segunda canção, o Faith No More surpreendeu os fãs, resgatando “Land of Sunshine”, faixa de Angel Dust (1992), com Patton empunhando um megafone e dando as primeiras demonstrações da famosa insanidade dele nos palcos. Eles seguiram a todo vapor tocando mais duas músicas de Angel Dust, “Caffeine” e “Everything's Ruined”.
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“Isso, isso. Legal. Superlegal”, falou o vocalista da banda, mostrando um português afiado, e puxando o sucesso “Evidence”. Como já havia feito em algumas ocasiões – a exemplo do festival SWU de 2011 –, Patton cantou alguns versos da música na língua local, dando um cômico tempero latino à performance, para delírio dos fãs. A letra fica mais ou menos: “Eu não senti nada/ Não teve significado algum/ Olho nos olhos e declarar/ Eu não senti nada”.
Sem deixar a peteca cair, o Faith No More seguiu com o hit “Epic”, com pegada funk, provocando o primeiro grande coro da plateia na noite. “Sunny Side Up”, de Sol Invictus, esfriou um pouco o clima, até que Patton voltou a falar em português, chamando o público para acompanhá-lo: “Porra, caralho. Porra, caralho”, e assim por diante. “Midlife Crisis” veio depois, exigindo um pouco mais de suor da plateia – que foi agraciada ao fim com um prolongado “sacanaaaagem” dito pelo vocalista.
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Após quase 20 anos – ou desde Album Of The Year, de 1997 – sem divulgar nada inédito, o Faith No More consolidou o retorno aos palcos com o álbum Sol Invictus, lançado há cerca de seis meses. Com novas músicas e algo novo a dizer, fica claro nas performances o fôlego renovado dos integrantes da banda – mesmo nas canções mais antigas –, certamente menos explosivos que nos anos 1990, mas ainda com a mão pesada e muito carisma.
Ao resgatar a antiga “Chinese Arithmetic” (1987), Patton aproveitou a introdução instrumental para, agachado em frente à bateria, emendar versos do hit pop atual “All About That Bass”, de Meghan Trainor. A plateia, que sequer parecia conhecer “Chinese Arithmetic”, não entendeu muito bem. Mas valeu a tentativa, até porque, na sequência, o Faith No More tocou o hit “Easy” – desta vez, uma cover inteira, do Commodores –, provocando mais coros (e até chororô, em alguns casos) do público.
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Com exceção dos singles – “Motherfucker” e “Superhero” – as canções de Sol Invictus ainda não emplacaram com o público paulista, como foi visto nas mornas performances seguidas de “Separation Anxiety” e “Matador”. Quando “Ashes to Ashes” – esta, recebida com muitos gritos – e “Superhero” encerraram a primeira parte do show, o calor já era gritante no Espaço das Américas, o que fez com que uma pequena fatia do público começasse a deixar o local.
O Faith No More voltou rapidamente – após apenas cerca de minuto – com “The Crab Song” e “From Out of Nowhere”, antes de encerrar a apresentação com outra famosa versão, para “I Started a Joke”, do Bee Gees, cantada a plenos pulmões. As luzes não se acenderam por completo, e o público continuou esperando um novo bis – que a banda tem feito em shows recentes –, berrando a pedidos do hit “We Care A Lot”. Após alguns minutos, os técnicos entraram para desmontar o palco, frustrando as milhares de pessoas que ainda esperavam uma volta ao palco.
A passagem do Faith No More não teve caráter de aquecimento para o show no Rock in Rio, afinal, esteve tudo lá: a concentração de Mike Bordin na bateria, a firmeza de Billy Gould nos graves, a loucura vocal de Mike Patton, além de um setlist extremamente equilibrado. Após muita gritaria e suor, contudo, a duração relativamente curta (menos de 1h20) e o final sem “We Care A Lot” deixaram a sensação de um show incompleto – não é de surpreender se parte dos fãs ainda estiverem esperando por um último bis. #YourTour #ThisBudsForYou
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