Faith No More faz show em São Paulo - Stephan Solon/Move Concerts

Mike Patton canta em português e encara calor em show do Faith No More em São Paulo

Banda apresentou faixas do novo Sol Invictus e saiu do palco sem tocar “We Care a Lot” no Espaço das Américas

Lucas Brêda / Oferecimento BUDWEISER Publicado em 25/09/2015, às 14h34 - Atualizado às 16h52

Escalado como uma das atrações desta sexta-feira, 25, no Rock in Rio, o Faith No More tocou em São Paulo um dia antes, para um Espaço das Américas lotado. O show – que promove o novo álbum Sol Invictus – poderia ser encarado como um “aquecimento” para o do dia seguinte, com cerca de dez vezes mais público, mas Mike Patton e companhia mostraram intensidade suficiente para cativar os paulistas, apesar do calor e da duração relativamente curta da performance.

Faith No More “aprende” com distância e retorna com novo álbum após quase 20 anos.

Com o single recente – e já uma das favoritas dos fãs – “Motherfucker”, o quinteto californiano subiu ao palco cerca de 25 minutos atrasado (às 22h25), sendo recebido com gritos histéricos, luzes frenéticas – em várias cores – emanadas do teto e um calor exageradamente incomum para o começo de primavera na capital paulista. Com o passar do tempo, a temperatura foi um evidente incômodo para músicos e fãs (o que pode ser uma das razões para o final encurtado).

Logo na segunda canção, o Faith No More surpreendeu os fãs, resgatando “Land of Sunshine”, faixa de Angel Dust (1992), com Patton empunhando um megafone e dando as primeiras demonstrações da famosa insanidade dele nos palcos. Eles seguiram a todo vapor tocando mais duas músicas de Angel Dust, “Caffeine” e “Everything's Ruined”.

Rock in Rio 2015: veja os horários dos shows e o line-up completo do festival.

“Isso, isso. Legal. Superlegal”, falou o vocalista da banda, mostrando um português afiado, e puxando o sucesso “Evidence”. Como já havia feito em algumas ocasiões – a exemplo do festival SWU de 2011 –, Patton cantou alguns versos da música na língua local, dando um cômico tempero latino à performance, para delírio dos fãs. A letra fica mais ou menos: “Eu não senti nada/ Não teve significado algum/ Olho nos olhos e declarar/ Eu não senti nada”.

Sem deixar a peteca cair, o Faith No More seguiu com o hit “Epic”, com pegada funk, provocando o primeiro grande coro da plateia na noite. “Sunny Side Up”, de Sol Invictus, esfriou um pouco o clima, até que Patton voltou a falar em português, chamando o público para acompanhá-lo: “Porra, caralho. Porra, caralho”, e assim por diante. “Midlife Crisis” veio depois, exigindo um pouco mais de suor da plateia – que foi agraciada ao fim com um prolongado “sacanaaaagem” dito pelo vocalista.

Faith No More fala sobre o sucesso, a separação e o disco Sol Invictus

Após quase 20 anos – ou desde Album Of The Year, de 1997 – sem divulgar nada inédito, o Faith No More consolidou o retorno aos palcos com o álbum Sol Invictus, lançado há cerca de seis meses. Com novas músicas e algo novo a dizer, fica claro nas performances o fôlego renovado dos integrantes da banda – mesmo nas canções mais antigas –, certamente menos explosivos que nos anos 1990, mas ainda com a mão pesada e muito carisma.

Ao resgatar a antiga “Chinese Arithmetic” (1987), Patton aproveitou a introdução instrumental para, agachado em frente à bateria, emendar versos do hit pop atual “All About That Bass”, de Meghan Trainor. A plateia, que sequer parecia conhecer “Chinese Arithmetic”, não entendeu muito bem. Mas valeu a tentativa, até porque, na sequência, o Faith No More tocou o hit “Easy” – desta vez, uma cover inteira, do Commodores –, provocando mais coros (e até chororô, em alguns casos) do público.

Rock in Rio 2015: veja 10 atrações internacionais imperdíveis.

Com exceção dos singles – “Motherfucker” e “Superhero” – as canções de Sol Invictus ainda não emplacaram com o público paulista, como foi visto nas mornas performances seguidas de “Separation Anxiety” e “Matador”. Quando “Ashes to Ashes” – esta, recebida com muitos gritos – e “Superhero” encerraram a primeira parte do show, o calor já era gritante no Espaço das Américas, o que fez com que uma pequena fatia do público começasse a deixar o local.

O Faith No More voltou rapidamente – após apenas cerca de minuto – com “The Crab Song” e “From Out of Nowhere”, antes de encerrar a apresentação com outra famosa versão, para “I Started a Joke”, do Bee Gees, cantada a plenos pulmões. As luzes não se acenderam por completo, e o público continuou esperando um novo bis – que a banda tem feito em shows recentes –, berrando a pedidos do hit “We Care A Lot”. Após alguns minutos, os técnicos entraram para desmontar o palco, frustrando as milhares de pessoas que ainda esperavam uma volta ao palco.

A passagem do Faith No More não teve caráter de aquecimento para o show no Rock in Rio, afinal, esteve tudo lá: a concentração de Mike Bordin na bateria, a firmeza de Billy Gould nos graves, a loucura vocal de Mike Patton, além de um setlist extremamente equilibrado. Após muita gritaria e suor, contudo, a duração relativamente curta (menos de 1h20) e o final sem “We Care A Lot” deixaram a sensação de um show incompleto – não é de surpreender se parte dos fãs ainda estiverem esperando por um último bis. #YourTour #ThisBudsForYou

música entrevista rio de janeiro setlist são paulo rock in rio retorno bastidores como novo disco inéditas volta gravações Faith No More Mike Patton Roddy Bottum Mike Bordin interview show no brasil fnm sol invictus espaço das américa

Leia também

Blake Lively se pronuncia sobre acusação de assédio contra Justin Baldoni


Luigi Mangione enfrenta acusações federais de assassinato e perseguição


Prince e The Clash receberão o Grammy pelo conjunto da obra na edição de 2025


Música de Robbie Williams é desqualificada do Oscar por supostas semelhanças com outras canções


Detonautas divulga agenda de shows de 2025; veja


Filho de John Lennon, Julian Lennon é diagnosticado com câncer