Compositor fala sobre o novo projeto e sobre a mudança de Nova York para Los Angeles
GAVIN EDWARDS Publicado em 24/09/2013, às 15h39 - Atualizado às 15h52
Nesta segunda, 23, Moby lançou o seu 11º disco de estúdio, Innocents, com uma festa em Los Angeles. “Tem um monte de colaborações esquisitas”, disse ele ao chegar no local do evento. “Wayne Coyne do Flaming Lips, Mark Lanegan e Cold Specks, que nasceu na Somália mas cresceu obcecado com Nick Cave em Toronto. Eu queria fazer um disco diferente dos que já fiz, então comecei a pensar em quem não tinha apenas uma grande voz, mas uma voz idiossincrática”.
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Por que você fez esse disco?
É muito bom e emancipador ser um cara de meia idade fazendo um disco em uma era que ninguém compra discos. Cerca de oito anos atrás eu tive um amigo que lançou um livro e um outro que estava dirigindo uma peça off-off-off-Broadway. O livro vendeu 20 mil cópias e foi um sucesso. Meu amigo diretor recebeu cerca de 800 pessoas para ver a peça, e ele ficou entusiasmado. Comecei a pensar por que, no mundo da música, só é um sucesso com centenas de milhares e milhões? Comecei a pensar sobre meus próprios álbuns, e o mundo reforçou isso. Não vender tantos discos assim impõe um grau de pureza: Estou fazendo música séria, sincera e esperando que as pessoas estejam dispostas a ouvi-la. Ao contrário dos anos 90, quando nenhuma banda deixava de se preocupar em vender milhões de discos.
Por que você foi morar em Los Angeles?
Pensava que ia morar em Nova York para sempre. Enquanto crescia acreditava que Nova York era o melhor lugar do mundo – a terra de Lou Reed, de Dylan Thomas. Mudei de Connecticut para Nova York nos anos 80, e foi incrível. O aluguel era barato. Nova York estava cheia de artistas e músicos esquisitos. Comecei a beber de novo em 1995 e percebi que Nova York era o melhor lugar do mundo para estar bêbado.
Houve um momento em que você decidiu começar a beber?
Eu me lembro muito bem. No réveillon de 1995 eu estava visitando amigos em São Francisco. Eu tinha recém terminado com minha ex-namorada, mas liguei para ela porque queria desejar feliz ano novo – e um cara atendeu o telefone. Eu desliguei, fui até o bar e comecei a beber. Então nos 10 anos seguintes eu passei bêbado e louco em Nova York.
O período do telefone público
Sim, e meu cartão telefônico. Então passei 10 anos bebendo, fazendo turnês e festas - todo tipo de degeneração. Ao ficar mais velho, as consequências da bebida começam a aparecer – ansiedade, depressão, doenças, etc. Então há seis anos decidi parar. Fiquei sóbrio, olhei ao redor e percebi que Nova York se tornou o domínio dos especuladores imobiliários. Artistas que encontrei estavam ou assustados ou amargos porque não sabiam como iriam pagar o aluguel, ou estavam sendo sustentados pelos pais. Comecei a pensar, talvez seja hora de ser menos provinciano. Talvez seja hora de deixar minha cidade de nascença e ver o que mais tem por aí.
Saí em turnê, e em toda cidade que ia me perguntava: “Poderia viver nesse lugar?” Fiz uma lista de finalistas com alguns critérios. Precisava ser agradável no inverno. Precisava ser cheia de artistas, escritores e músicos. Precisava ter acesso fácil à natureza e precisava ter imóveis onde conseguiria ter um quarto de hóspedes. Pensei em Sidney, mas era longe demais. Pensei em Seattle, Portland, Vancouver, Austin e Los Angeles. As três primeiras eu amei, mas elas têm 300 dias por ano de frio e neve e chuva, e não suporto isso. Austin é incrível, mas eu sentia que era uma cidade-bar. Los Angeles é esta mistura estranha de caminhadas e filmes.
Entre nós, em que lugar da cidade você mora?
Beachwood Canyon. Mas isto não é entre nós – é fácil o bastante encontrar. Comprei essa casa louca antiga e gastei dois anos reformando.
Morar em Los Angeles ajuda o que você faz na música?
Muitas pessoas se mudam para Los Angeles por domesticidade. Eles estão vindo de Londres, de Tóquio. Em Nova York, eles têm um pequeno apartamento onde vivem com alguém em 5 metros quadrados. Então se mudam para Los Angeles, e de repente têm uma casa, um jardim, um quarto de hóspedes e um cachorro. Nova York á boa na vida pública. Los Angeles é ótima dentro de casa. Acho que domesticidade aqui é uma resposta à expansão. Desde que vim, tentei entender o que significa viver em uma cidade que é vasta e totalmente carente de coesão.
E você pega o caminho para a cidade quando...
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