Grupo alemão faz um power metal confiante sobre o palco
Thiago Neves Publicado em 26/04/2015, às 17h15 - Atualizado às 19h17
Antes de tudo, é preciso traçar uma teoria: o uso de elementos exagerados, que beiram o brega, se feito com sabedoria, funciona bem. E é notável o valor disso. Não é desmerecimento, mas os poderosos falsetes do grupo alemão Unisonic, intercalados com solos muito virtuosos de guitarra, remetem aos anos de ouro do Helloween e do power metal em seu auge (hoje, objeto de estudo, como quase tudo produzido nas décadas anteriores). E fica um pouco engraçado – faz parte do processo cultural.
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A tese acima diz muito sobre o show do Unisonic no Monsters of Rock 2015. O grupo reuniu a dupla Kai Hansen (guitarrista) e Michael Kiske (vocalista) – que não gravava junta desde o seminal álbum Keeper of the Seven Keys, Pt. 2, lançado em 1988. Com conexão invejável, os dois músicos comandaram um show impecável, que seguiu o protocolo de um grande grupo de power metal, fazendo a plateia cantar em diversos momentos, se emocionar com os solos de guitarra e ser dominada pelo carisma de Kiske.
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No setlist, faixas do dois álbuns, autointitulado, que chegou às lojas em 2012, e Light of Dawn, lançado em 2014. Singles de sucesso como “Exceptional”, “Your Time Has Come” e “King For a Day” não ficaram de fora. A solidez da banda encanta. Com constância e potência, o grupo alemão envolve quem assiste à performance. Para isso não abre mão de nenhum clichê do power metal: vocais agudos, virtuosismo e até poses especiais dos integrantes. O mérito é inegável, o som do Unisonic é feito com profissionalismo e esmero. A extroversão dos integrantes passa perto do piegas, mas há um critério muito bem estabelecido do que deve ser feito uma vez que a canção começa.
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Repleto de atrações, jams e conversas com Michael Kiske, o show também proporcionou uma canja vocal de Hansen, que cumpre a função quando à frente do Gamma Ray, em “Star Rider”. Após a faixa, o vocalista indagou: “Quantos de vocês têm o nosso disco?”. Um relevante número de pessoas levantou a mão. Em tom de brincadeira, Kiske afirmou que “não era o suficiente”.
Ao caminhar para o final da apresentação, o grupo, satisfez o notável saudosismo dos fãs, tocando em sequência “March of Time” e “I Want You”, levando ao delírio vozes que tentavam acompanhar os agudos atingidos por Kiske. Com a platéia anestesiada após a dose cavalar de gritos e riffs, ainda restou tempo para que a banda encerrasse com a faixa que abre e dá o nome para o disco de estreia do grupo: "Unisonic". Sob muitos aplausos, o experiente grupo disse adeus, deixando sorridentes os metaleiros adeptos de uma certa “farofa” musical.
O segundo dia do Monsters of Rock 2015 acontece na Arena Anhembi, em São Paulo, neste domingo, 26 de abril. A Rolling Stone Brasil está acompanhando o festival e faz a cobertura completa no site, Twitter, Facebook e Instagram.
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