O parceiro de João Bosco em faixas como "O Bêbado e a Equilibrista" estava internado no Hospital Universitário Pedro Ernesto, Zona Norte do Rio
Redação Publicado em 04/05/2020, às 11h51
O poeta e compositor Aldir Blanc, conhecido por músicas como "O Bêbado e a Equilibrista", eternizada na voz de Elis Regina, morreu na madrugada desta segunda, 4, no Hospital Universitário Pedro Ernesto, na Zona Norte do Rio de Janeiro, vítima do novo coronavírus. Ele tinha 73 anos.
A notícia foi confirmada pela assessoria do compositor. Em 10 de abril, Blanc deu entrada na Coordenação de Emergência Regional (CER) do Leblon com um quadro grave de infecção urinária, pressão alta e pneumonia.
Cinco dias depois, ele conseguiu um leito na rede pública de saúde do Rio com a ajuda de amigos e artistas, sendo transferido para o Hospital Pedro Ernesto. Lá, ele apresentou sinais de melhoras, mas, segundo o portal G1, ainda o mantiveram sedado.
Parceiro de longa data do também compositor João Bosco, Aldir Blanc fez sucesso nos anos 1970, co-escrevendo músicas como "Bala com Bala", "Mestre-Sala dos Mares", "De Frente Pro Crime" e "Caça à Raposa". Outros sucessos de sua carreira incluem "Amigo é Pra Essas Coisas", do MPB-4, e "A Viagem", do Roupa Nova.
Um dos maiores compositores da MPB, Blanc deixa para trás músicas que fizeram parte da vida dos brasileiros. "O Bêbado e a Equilibrista", por exemplo, marcou o declínio da ditadura militar.
Aldir Blanc foi um compositor brilhante, autor de canções que emocionam gerações de brasileiros. O Brasil, sua cultura e democracia devem muito ao seu talento e generosidade.Torcíamos pela sua recuperação.Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e fãs de Aldir Blanc pic.twitter.com/wUKDwbRPjq
— Lula (@LulaOficial) May 4, 2020
“Rubras cascatas / Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas”. Quando morre o autor de um verso como esse, entre tantos outros memoráveis, só nos resta chorar e reverenciar. “Glória a todas as lutas inglórias”. Viva Aldir Blanc! pic.twitter.com/dkTNys3NUI
— Arnaldo Antunes (@arnaldo_antunes) May 4, 2020
O show de Aldir Blanc não pôde continuar. Sua morte é a morte da esperança equilibrista, é a morte do Brasil de tantas maneiras diferentes. Nosso luto continental já não faz continentehttps://t.co/TzlwHSQAIB
— Eliane Brum (@brumelianebrum) May 4, 2020
Aldir Blanc, assim como o sol, saiu de nosso campo de visão normal nessa noite. A poesia acorda triste com a partida de mais uma caneta que nos inspirou a sonhar. Obrigado por nos presentar com um país pelo qual nos apaixonamos Seu Aldir. O maior dos obrigados.❤
— emicida (@emicida) May 4, 2020
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