Suicide - Divulgação

Morre aos 78 anos o ícone do punk Alan Vega, vocalista do Suicide

"Alan não apenas continuou obstinadamente criativo, escrevendo e pintando até o fim, como também era uma figura absurdamente única”, escreveu a família de Vega em comunicado

Rolling Stone EUA Publicado em 18/07/2016, às 13h25 - Atualizado às 13h49

Alan Vega, vocalista do influente duo de protopunk Suicide, morreu tranquilamente, enquanto dormia, no último sábado, 16. Ele estava com 78 anos.

Henry Rollins divulgou a notícia compartilhando um comunicado assinado pela família de Vega. "É com toda a tristeza que uma notícia dessas pode trazer que informamos que morreu o grande artista e a força criativa Alan Vega. Alan não apenas continuou obstinadamente criativo, escrevendo e pintando até o fim, como também era uma figura absurdamente única. Ao lado de Martin Rev, no início dos anos 1970, formou a inovadora banda conhecida como Suicide. Quase imediatamente a música incrível e inclassificável dele foi contra tudo que estava estabelecido. As confrontantes performances ao vivo são lendárias. O primeiro disco, Suicide, é um dos feitos mais notórios e desafiadores da história da música norte-americana", diz o texto.

Vega e o amigo Martin Rev formaram a dupla Suicide no começo da década de 1970, depois de testemunharem um show do Stooges em 1969. Um dos progenitores do "punk", o Suicide – que ganhou esse nome por causa de uma edição da HQ da Marvel Ghost Rider – apresentou o gênero de uma forma minimalista e pioneira, com os vocais ecoantes de Vega embalados pela pulsação hipnótica de Rev, com seu sintetizador rudimentar e bateria eletrônica barata.

Depois de desenvolver o som deles ao longo de vários shows intensos e pesados, realizados em locais como o CBGB, o duo lançou o influente Suicide em 1977. Na lista dos maiores discos de todos os tempos da Rolling Stone Brasil, o álbum tinha entre as faixas os hinos "Ghost Rider", "Cheree", "Che" e a assustadoramente épica "Frankie Teardrop".

A lista de artistas que tiraram inspiração do Suicide e de seu primeiro disco é longa, e inclui Bruce Springsteen dentre os que mais elogiaram o trabalho de Vega e Rev ao longo dos anos. O single do duo "Dream Baby Dream" (1979) foi parte do repertório ao vivo de Springsteen por muito tempo, sendo que ele acabou gravando uma cover para o álbum de 2014 High Hopes.

Depois de Suicide e do single “Dream Baby Dream", Vega e Rev lançaram o segundo disco de estúdio, Suicide: Alan Vega and Martin Ver, (1980), com produção de Ric Ocasek.

Vega ainda fez quatro trabalhos solos, cada um fugindo mais do som do Suicide do que o anterior e tendendo mais ao rockabilly. Isso antes de se reunir a Rev para gravar A Way of Life (1988). O duo ainda lançaria dois outros discos e Vega chegou a colaborar com artistas como Ocasek, Al Jourgensen (Ministry), Lydia Lunch, entre outros.

Fora da música, Vega também construiu uma carreira como artista visual. "Um dos melhores aspectos de Alan Vega era a dedicação sem hesitação às demandas de sua arte. Ele só fazia o que queria”, diz outro trecho do comunicado. “Simplificando: ele vivia para criar. Depois de décadas, o mundo parecia estar alcançando Alan e ele foi reconhecido como o sujeito criativo e inovador que ele já vinha sendo desde o início. A vida de Alan é uma lição sobre o que é viver de verdade para a arte. O trabalho, a quantidade inacreditável de tempo que é exigida, a coragem de continuar investindo e a força para levá-lo adiante – isso era Alan Vega."

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