Ela também era irmã de Berry Gordy, fundador da Motown, e inspirou uma das anedotas mais curiosas da história da música
Rolling Stone EUA Publicado em 01/02/2014, às 12h52 - Atualizado às 14h13
Morreu na última sexta, 31, aos 92 anos, Anna Gordy Gaye, irmã mais velha do fundador da Motown, Berry Gordy, e ex-esposa de Marvin Gaye. A informação é do jornal The Chicago Tribune.
A vida de Marvin Gaye em fotos.
Anna teve um papel essencial na vida de Marvin Gaye, tanto pessoal quanto profissionalmente. Eles se conheceram em 1960, em uma performance na casa de Berry Gordy, e se casaram três anos depois. No começo da carreira, Gaye trabalhava como baterista da Anna Records, selo fundado por Anna ao lado da irmã, Gwen, e o compositor Roquel "Billy" Davis. Os primeiros singles dele, "Pride and Joy" e "Stubborn Kind of Fellow" foram dedicados à Anna, que ajudou a compor três músicas dele: “God Is Love” e “Flyin' High (In the Friendly Sky)”, do disco de 1971 What's Going On, e “Just to Keep You Satisfied”, de Let's Get It On (1973).
O casamento de Gordy Gaye e Marvin foi um dos mais conturbados da música, marcado por brigas e infidelidade constantes. Gaye se apaixonou pela jovem de 17 anos Janis Hunter durante as gravações de Let's Get It On. Quando Anna entrou na justiça para pedir o divórcio, em 1975, o processo durou mais de dois anos antes de encerrar o casamento.
"O casamento foi problemático desde o início”, contou Gaye ao biógrafo David Ritz. "Havia um amor tremendo entre nós, e uma tremenda necessidade de um pelo outro. Mas a gente não conseguia ser controlado – nem por esposa, nem por empresário, ou por gravadora. Eu nasci rebelde.”
O divórcio acabou gerando uma das histórias mais estranhas a respeito de criação na música. Sem dinheiro para pagar impostos atrasados e o acordo de divórcio, Gaye concordou em dar US$600 mil para Anna, sendo que os primeiros US$ 307 mil viriam de um adiantamento de royalties que viria de seu disco seguinte. O restante seria pago com royalties futuros. Gaye começou a trabalhar em Here, My Dear, um relato autobiográfico brutalmente honesto da relação dele com Anna. As faixas têm títulos como "When Did You Stop Loving Me, When Did I Stop Loving You" e "Anger", exemplificando os temas pessoais do disco. Here, My Dear contou histórias específicas sobre o passado do casal, o que fez com que Anna considerasse a possibilidade de entrar com um processo de US$ 5 milhões por invasão de privacidade contra Gaye.
"Eu pensei que podia simplesmente fazer um disco rapidinho – nada pesado, não precisava nem ser bom”, contou Marvin a Ritz. "Por que eu deveria me matar quando Anna era quem ia ficar com todo o dinheiro, de qualquer forma? Mas quanto mais eu vivia com a noção de fazer um disco para Anna, mais a ideia me fascinava. Fora isso, eu devia aos fãs dar o meu melhor. No fim das contas, fiz o disco com muita paixão, se tornou uma compulsão."
Destruído pela crítica quando foi lançado, em 1978, (o público da disco não estava interessado em um disco duplo sobre sofrimento e separação), Here, My Dear acabou se tornando, posteriormente, um álbum essencial no catálogo de Gaye e é citado com frequência como um dos melhores trabalhos dele. Gordy Gaye e Gaye se reconciliaram no início da década de 80, sendo que Anna estava ao lado de Marvin no Grammy de 1983. Ela posteriormente aceitou a introdução dele ao Hall da Fama do Rock.
Anna Gordy Gaye deixa seu irmão, Berry, e um filho, Marvin III, que aparece com ela na foto.
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