Chesperito (como era conhecido) vinha sofrendo com problemas de saúde que se agravaram desde o começo de maio
Redação Publicado em 28/11/2014, às 18h57 - Atualizado às 21h02
O ator que interpretou os personagens Chaves e Chapolin Colorado na TV, Roberto Gómez Bolaños, morreu nesta sexta-feira, 28, aos 85 anos, na cidade de Cancún, no México. O motivo da morte não foi confirmado. Doente desde novembro de 2013, ele vinha sofrendo com complicações físicas e mal conseguia se movimentar, mantendo-se em repouso permanente. As informações são da emissora mexicana Televisa, responsável pela produção dos programas do humorista.
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O mexicano Chespirito (como era conhecido) foi um dos nomes mais marcantes da comédia na América Latina, protagonizando expressões icônicas, como “foi sem querer querendo”, “não contavam com a minha astúcia!” e “isso, isso, isso”, esta acompanhada pelo gesto característico com os dedos.
Casado com a atriz Florinda Meza (intérprete da maioria das personagens femininas das séries Chaves e Chapolin, entre elas, a Dona Florinda), Bolaños morava na cidade de Cancún, ao nível do mar, para favorecer as condições de saúde, em um balneário, afastado das investidas da imprensa.
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No dia 30 de abril, o jornal mexicano Diario Basta! publicou um relato de uma pessoa próxima à família, dizendo: “O senhor Roberto se encontra em estado grave, porém, estável, é o que dizem os médicos, que já informaram à família que não existe mais esperança de recuperação, e que eles temem o pior e já estão se preparando para isso”. Pelo Twitter, o filho do comediante, Roberto Gomez Fernán, respondeu: “Meu pai, bem de saúde. Muito tranquilo ao nível do mar. Obrigado por perguntar”.
Logo depois, foi veiculada uma mensagem de resposta ao tuíte do filho, supostamente escrita pelo próprio Bolaños. Ele diz: “Não só estou tranquilo como estou feliz com Gra, minha filha mais velha que está de visita em casa. Amo-a. Chesperito”.
O ator – que também era escritor – teve as vias respiratórias deterioradas devido ao cigarro, uma vez que era fumante há décadas. Em certa altura da vida, ele chegou a declarar: “O melhor conselho que posso lhes dar é que não fumem. Isso é o pior que podem fazer”. Ele também já colecionava algumas internações em hospitais, sendo uma delas em 2012, na Cidade do México, e outra em novembro de 2013, em Cancún, devido a insuficiências respiratórias.
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No aniversário do comediante, em 21 de fevereiro, um parente próximo não identificado disse que não haveria festa, pois "sua saúde está frágil e, há algum tempo, ele fica na cama com acompanhamento médico". Ele completou dizendo que "uma pessoa fica com ele 24 horas por dia”.
Carreira na TV
Nascido em 1929 na Cidade do México e sobrinho do ex-presidente do país Gustavo Díaz Ordaz Bolaños, Roberto Gómez Bolaños começou na televisão nos anos 1950, tendo o nome Chesperito dado pelo diretor Augustín P. Delgado logo no começo da carreira. A ideia era ser um diminutivo de Shakespeare – “Shakespierito” – devido à baixa estatura de Bolaños (1,60 m).
As duas séries de comédia televisiva pelas quais Bolaños ficou conhecido no Brasil surgiram nos anos 1970. O Chaves começou em 1971, como série semanal com meia hora de duração. A partir de 1973, toda a América Latina já assistia ao programa, que batia recordes de audiência (chegava a 60 pontos no México em 1975). No Brasil, desde 1984, a série foi assistida por várias gerações, e é exibida ainda hoje pelo SBT.
O personagem de oito anos de idade vivido por Bolaños, na vila que dividia com Seu Madruga, Chiquinha, Dona Florinda, Quico, Professor Girafales, entre outros, morava em um barril no meio da vizinhança, sempre pedindo um sanduíche de presunto ou um pirulito. Os choros característicos, os conflitos recorrentes e o enredo que sempre envolveu problemas e assuntos universais fez com que a série fosse (e seja) assistida por pessoas de todas as idades, em épocas distintas.
Chapolin durou de 1970 a 1979, e começou como quadro de dez minutos no programa de Chespirito. A saga do super-herói que vestia vermelho e amarelo chama a atenção pela falta de recursos para a produção (em contraste com as séries de heróis norte-americanos), o que fazia com que a criatividade de Bolaños fosse imprescindível para o sucesso do programa.
Sem super poderes, e todo atrapalhado, o Chapolin Colorado oferecia mais do que boas risadas, já era um personagem que superava todos os problemas sem ter nada especial – era o super-herói da América Latina. Ainda, Chapolin era um produto mais fácil de se exportar do que Chaves, graças à linguagem, que, na série da vizinhança, era quase impossível de se traduzir - devido às expressões - para outra língua (com exceção do Português).
Bolaños comandou o programa Chesperito (que em algumas épocas exibiu os programas Chapolin e Chaves) durante 25 anos nos dias de segunda-feira, às 20h, no México. Ele escreveu e atuou em filmes – entre eles o sucesso na bilheteria mexicana El Chanfle –, escreveu roteiros para telenovelas, obras teatrais além de três livros.
Fenômeno da cultura popular e da comédia latino-americana, Roberto Bolaños deixa os filhos Roberto, Teresa, Marcela, Graciela, Paulina e Cecilia, assim como a mulher Florinda Meza e uma legião de fãs e admiradores, que continuam a dar risada com a eterna produção do comediante.
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